sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O Caminho da Beleza 52 - XXXIII Domingo do Tempo Comum


Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.

            (Carlos Drummond de Andrade)


XXXIII Domingo do Tempo Comum                     17.11.2019
Ml 3, 19-20             2 Ts 3, 7-12             Lc 21, 5-19


ESCUTAR

Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los (Ml 3, 19).

Ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada (2 Ts 3, 11).

Todos vos odiarão por causa do meu nome. Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça (Lc 21, 17-18).


MEDITAR

Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos. O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazónia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos.

(Papa Francisco, 1936-, Argentina)


ORAR

     “Colocarão a mão sobre vós e vos perseguirão por causa de meu nome”. Tal é o grande sinal anunciado por Jesus, a perseguição de seus discípulos, mesmo por sua família e por seus amigos. Aliás, Jesus o disse bem: “O discípulo não está acima de seu mestre... Se eles me perseguem, a vós também vos perseguirão” (Lc 6, 40; Jo 15, 20). É normal que os cristãos devam afrontar a hostilidade do mundo e essa hostilidade fornece a prova de sua fidelidade ao Senhor. Se ele, o Justo, foi injustamente perseguido, por que não deveriam ser também seus discípulos? A perseguição mesma torna-se, para os crentes, uma “ocasião de martyría, de testemunho”, com a certeza de que o Espírito Santo, enviado pelo Senhor Jesus, lhes assistirá na hora da prova (cf. Lc 12, 11-12). Eles devem somente se preocupar em viver a virtude cristã por excelência, a perseverança, à qual Jesus associa uma promessa extraordinária: “Graças à vossa perseverança, vós salvareis vossas vidas”. A vida cristã não se vive apenas num único período, mas exige que se persevere até o fim. O cristão é aquele que persevera no amor, continuando a fazer o bem entre os homens, mesmo ao custo de sua vida. E a perseguição não é nada mais do que uma ocasião de viver a comunhão com os sofrimentos do Senhor Jesus e de fazer a prova de amor atingindo o limite extremo que ele viveu e nos ensinou: o amor para com nossos inimigos (cf. Lc 6, 27-28; 23, 34). Este evangelho não trata verdadeiramente do fim do mundo, mas do nosso presente, porque nossa vida cotidiana é o tempo da perseverança provadora e, no entanto, bem-aventurada (cf. Ti 5, 11) e salvífica.

(Enzo Bianchi, 1943-, Itália)


CONTEMPLAR

Minha infância como uma catadora, Cambodja, Monochrome Photography Awards 2015, Javier Sanchez-Monge Escardo (1965-), Madri, Espanha.




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