Já não quero dicionários
consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode
inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro
do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.
(Carlos
Drummond de Andrade)
XXIX Domingo do Tempo Comum 20.10.2019
Ex 17, 8-13 2
Tm 3, 14-4,2 Lc 18, 1-8
ESCUTAR
Enquanto
Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia
Amalec (Ex 17, 11).
Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para
corrigir e para educar na justiça (2 Tm 3, 16-17).
“Deus não
fará justiça aos seus escolhidos que dia e noite gritam por ele? Será que vai
fazê-los esperar? (Lc 18, 7).
MEDITAR
A oração
é uma ponte de comunicação entre o finito e o infinito. A oração não é a
instituição sentimental de um instante ou um estado transitório de exaltação. A
oração requer perseverança e empenho. É uma luta com o mistério, é uma
aventura árdua, é uma flor que desabrocha na aridez e na obscuridade.
(Gianfranco
Ravasi, 1942-, Itália)
ORAR
Se nossa oração se tornou diálogo no
qual ouvimos o que o outro quer dizer-nos e acolhemos o que ele deseja dar-nos,
não ficou por isso menos oração de súplica, mas num espírito bem diferente: um
pedido, no âmago de um diálogo. Se reconhecêssemos o que Deus é, o que ele
espera, nós não lhe pediríamos para fazer em nosso lugar o que ele nos pede
para fazermos por nós mesmos. Nada nos impede, porém, de confiar a Deus nossas
alegrias e tristezas numa oração de oferenda confiante. Podemos mesmo continuar
a pedir o que nos parece necessário, mas se soubermos que Deus deseja nossa
felicidade, poderemos talvez aceitar, poderemos aceitar melhor que ele não
responda de maneira imediata e conforme com nossos desejos. Sabemos que nem
sempre pedimos o que é melhor para nós, e amigo verdadeiro é aquele que sabe
recusar o que não redunda em benefício nosso. Seria bem mais fácil, em certo
sentido, conceder de pronto o que foi pedido para dar prazer, mas é preciso
saber recusar se quisermos cooperar para a verdadeira felicidade do outro.
Talvez convenha compreender assim o silêncio de Deus em face de certas petições
que nos parecem extremamente legítimas. Temos de admitir que nossos pensamentos
não são, necessariamente, os pensamentos de Deus. Neste caso, devemos aprender
a pedir, não o que esperamos, mas o que Deus quer para nós. “Abram-se, Senhor,
os ouvidos de tua misericórdia às preces dos que te suplicam. E para
conceder-lhes o que desejam, faze-os pedir o que te agrada”. Oração difícil e
despojadora, sem dúvida, mas que nos reserva as surpresas de um dom maior do
que nossa súplica. Porque para aqueles que ousam pedir com esta confiança do
reconhecimento e do amor, “o Senhor derrama sua misericórdia, dando-nos o que
não ousamos pedir”. Para aqueles que creem e que amam, a palavra do Evangelho
guarda todo o seu sentido: “Pedi e recebereis”.
(Patrick
Jacquemont, 1932-, França)
CONTEMPLAR
Reflexões
da Fé, 2014, Celso II Creer (1979-), Monochrome Photography Awards
2014, Abu Dhabi, Emirados Árabes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário