terça-feira, 31 de julho de 2018

O Caminho da Beleza 37 - XVIII Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XVIII Domingo do Tempo Comum            05.08.2018
Ex 16, 2-4.12-15                Ef 4, 17.20-24                    Jo 6, 24-35


ESCUTAR

“Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente? (Ex 16, 3).

Despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade (Ef 4, 22-23).

“Estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos” (Jo 6, 26).


MEDITAR

Se os cristãos se decidissem, milhões e milhões de vozes se somariam neste mundo ao grito de um punhado de solitários que, sem fé nem lei, gritam hoje por todas as partes e sem cessar, em favor das crianças e das pessoas que sofrem. Mas, os cristãos se evadem na esperança.

(Albert Camus, 1913-1960, Argélia)


ORAR

            Os famintos – que espécie de gente é essa então? Um faminto é manifestamente um homem que precisa do essencial, não de qualquer objeto apenas agradável e belo e que, a rigor poderia ser dispensado, mas do essencial, do qual ele não pode privar-se... O essencial pode ser um pedaço de pão e um prato de sopa. Suponho que vocês todos tenham visto fotografias de mulheres e de crianças famintas, nas Índias, na Argélia ou na Sicília. Talvez um ou outro de vocês já tenha sido faminto até este ponto. Mas penso que no momento o problema de vocês não está aí. O essencial que pode fazer falta a um homem pode ser simplesmente uma vida que lhe parece digna de ser vivida. O que ele vê é uma vida estragada, vã e corrompida. Ele tem fome. O essencial que lhe falta pode ser também um pouco de alegria. Olha ao seu redor e não encontra nada, absolutamente nada, que o possa alegrar realmente. Por isso ele está faminto. O essencial talvez seja uma verdadeira afeição que alguém experimentasse por ele. Mas ninguém pode amá-lo. Nesse ponto ele tem fome. E se o essencial que lhe faz falta for uma boa consciência? Quem não gostaria e não deveria ter boa consciência? Pois bem! Só pode estar faminto. A carência essencial poderia ser a certeza ao menos de uma só coisa. Mas ele tem em si apenas incertezas, o desespero o ameaça. É assim que ele tem fome. Então o essencial para ele é um esclarecimento a respeito de Deus. Mas o que aprendeu até aí não lhe disse nada, não tinha o que fazer, não queria nada. E agora, é justamente dessa coisa essencial que ele tem fome.

(Karl Barth, 1886-1968, Suíça)


CONTEMPLAR

Trabalhadores de Carvão, 2009 (?), Ricardo Funari, do Álbum Formas Modernas da Escravidão no Brasil, Flickr, Brasil.




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