A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XVI Domingo do Tempo Comum 22.07.2018
Jr 23, 1-6 Ef 2, 13-18 Mc
6, 30-34
ESCUTAR
“Ai dos pastores que deixam perder-se
e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor!” (Jr 23, 1).
Do que era dividido, ele fez uma
unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade (Ef 2, 14).
Jesus viu uma numerosa multidão e
teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor (Mc 6, 34).
MEDITAR
Em tempo de desgraça, o que é que nos
ajuda? Não é a assistência, mas o ser. Face aos grandes sofrimentos, quando
não se pode fazer mais nada, pode-se ainda ser. E é isso que salva. Uma
presença. Um gesto. Uma palavra.
(Bertrand Vergely, 1953-, França)
ORAR
Eu
me lembro de vos haver apresentado dois perfumes: o do arrependimento, que se
estende a todos os pecados, e o do reconhecimento que afirma todos os
benefícios de Deus... Mas há um perfume que supera em muito estes dois; eu o
chamarei de perfume da compaixão. Ele se compõe, com efeito, dos horrores da
pobreza, das angústias em que vivem os oprimidos, das inquietudes da tristeza,
das faltas dos pecadores, enfim, de todo o sofrimento dos homens, ainda que
estes sejam nossos inimigos. Estes ingredientes parecem desprezíveis, e,
entretanto, o perfume por eles composto é superior a todos os outros. É um
bálsamo que cura: “Felizes os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia”. Quem
é, na vossa opinião, “Este homem feliz que tem compaixão do outro e lhe
empresta os seus bens” (Sl 111, 5), inclinado à compaixão, e pronto a socorrer
o próximo, mais contente em dar que em receber? O homem que perdoa facilmente,
que resiste à cólera, que não consente na vingança, e em tudo vê como sua a
miséria dos outros? Quem quer que seja esta alma impregnada do orvalho da
compaixão, com o coração transbordante de misericórdia, que se faz inteiramente
de todos, que não é para si mesma senão um vaso fendido, onde nada é
ciumentamente guardado, esta calma, tão morta para si mesma, que vive apenas
para os outros, tem a felicidade de possuir este terceiro e melhor perfume ...
E vós, meus irmãos, se recebestes algum dom do alto, não tardeis a partilhá-lo
com vossos companheiros, mostrando-vos entre nós prestativos, gentis,
reconhecidos e de humor fácil e modesto; todos então poderemos atestar que
também vós exalais os melhores perfumes. Quem quer que dentre vós suporte com
paciência as enfermidades físicas, psíquicas e morais de seus irmãos, ou melhor
ainda, os alivia com seus serviços e encorajamentos, e com toda a ajuda que
lhes pode dar, ... quem age assim, é, numa comunidade, a fonte de onde emanam
os perfumes espirituais. Nós o apontamos dizendo: “Eis o amigo de seus irmãos e
do povo de Israel; eis o que ora pelo povo e por toda a cidade santa” (2 Mc 15,
14).
(Bernard de Clairvaux, 1090-1153,
França)
CONTEMPLAR
Pastor e Menino (no campo de refugiados, Ruanda), Eric Greitens (1974-), do livro
“Força e Compaixão”, Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário