A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XVII Domingo do Tempo Comum 29.07.2018
2 Rs 4, 42-44 Ef 4, 1-6 Jo
6, 1-15
ESCUTAR
“Dá ao povo para que coma; pois assim
diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’” (2 Rs 4, 43).
Há um só corpo e um só Espírito, como
também é uma só a esperança à qual fostes chamados (Ef 4, 4).
Jesus tomou os pães, deu graças e
distribui-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam (Jo 6, 11).
MEDITAR
Eu te proclamo grande, admirável,
Não porque fizeste o sol para
presidir o dia
E as estrelas para presidirem a noite;
Não porque fizeste a terra e tudo que
se contém nela,
Frutos do campo, flores, cinemas e
locomotivas;
Não porque fizeste o mar e tudo que
se contém nele,
Seus animais, suas plantas, seus
submarinos, suas sereias:
Eu te proclamo grande e admirável
eternamente
Porque te fazes minúsculo na
eucaristia,
Tanto assim que qualquer um, mesmo
frágil, te contém.
(Murilo Mendes, 1901-1975, Brasil)
ORAR
A fome
do homem é física. Deus se preocupa
com esta fome: “Abre sua mão, Senhor, e sacia a fome de todos os viventes”
(Salmo responsorial). O profeta Eliseu se preocupa com a fome do povo. Cristo
sacia a multidão. O cristão não pode ficar indiferente ao grito físico dos
pobres: “Os pobres comerão e ficarão saciados” (Sl 22, 27). É escandaloso que
na mesa do mundo os melhores lugares e comidas consumidas a alto preço
pertençam aos próprios povos assim chamados cristãos enquanto que Lázaro,
relegado à porta da sala, é ignorado ou bajulado com migalhas. A fome do homem é também interior. O tema da saciedade é
tipicamente messiânico e é reafirmado tanto no milagre de Eliseu como em João.
A narração da multiplicação dos pães, como se é dito, é construída sob a
filigrana da ceia eucarística. “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra
que sai da boca de Deus” (Dt 8, 3). “Venham a mim, vós todos que se sentem
fatigados e cansados e eu vos darei repouso”. Empenho social e empenho
espiritual não devem estar separados, sob pena da alienação ou da simplificação
da religião. Uma unidade na fé sem uma unidade no amor é ilusória. Cristo não é
o imperador ou estadista que a multidão sonha (Jo 6, 14-15) mas não é tampouco
um místico separado do mundo. A fome
do homem é feita ainda de paz e de unidade. À saciedade descrita na I e II
leitura se pode aproximar o esplêndido hino à unidade do Corpo de Cristo que
Paulo tece na carta aos Efésios. Como conclusão desta reflexão sobre a
saciedade física e espiritual que o Cristo oferece ao mundo, podemos por a
advertência sugestiva de Bonhoeffer: “Nós cristãos não poderemos jamais
pronunciar a última palavra da fé se
primeiro não tivermos pronunciado a penúltima
palavra da justiça...”.
(Gianfranco Ravasi, 1942-, Itália)
CONTEMPLAR
Esperança, 2009-16,
Projeto Crianças de Jacodu, Romênia, R. James Feaver, Reino Unido, acessado em
website.rjamesfeaver.co.uk.
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