A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XIV Domingo do Tempo Comum 08.07.2018
Ez 2, 2-5 2 Cor 12, 7-10 Mc
6, 1-6
ESCUTAR
“Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de
rebeldes, que se afastaram de mim...A estes filhos de cabeça dura e coração de
pedra vou te enviar” (Ez 2, 3-4).
“É na fraqueza que a força se manifesta” (2 Cor 12, 9).
“Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de
Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco? E
ficaram escandalizados por causa dele (Mc 6, 3).
MEDITAR
É contada a estória de um rabino que estava indo
à loucura por causa de uma mulher da sinagoga que fofocava sobre todo mundo,
espalhando estórias desagradáveis. E então um dia ele a levou para o topo de
uma torre alta e pediu que ela esvaziasse o conteúdo de um travesseiro. E as
penas flutuaram por toda a cidade. E então ele disse: “Agora vá e colete todas
as penas”. E ela replicou, “Rabino, isto é impossível; elas estão em toda
parte”. E ele disse, “É a mesma coisa com as suas palavras más”.
(Timothy Radcliffe, 1945-, Reino Unido)
ORAR
A cena de
Nazaré nos ensina exatamente que Deus se encontra, não no inabitual, mas
naquilo que é o mais comum. Pois o que é que choca verdadeiramente as pessoas
nesta história? É que Jesus seja como todo mundo. Conhece-se a seus irmãos e
irmãs. E quando, numa vila, se conhece a família de alguém, isto que dizer que
não há nada de novo, nada que se coloque como superior ao seu lugar, nada que
pretenda dizer alguma coisa de inédito ou que acredite ter direito de se
subtrair à tradição. É justamente por ser carpinteiro de Nazaré que lhe é
interdito ser como um profeta e ter Deus em sua boca. Se fosse verdadeiramente
um assunto de Deus – e era como se costumava pensar em Nazaré – Ele assinalaria
sua presença de forma original: um cometa à meia-noite, por exemplo, ou um
animal com duas cabeças. Sua presença só poderia ser autenticada sob uma forma
fantástica e não, sobretudo, por alguém que trabalhou trinta anos no meio dos
outros e que, enfim, não fazia nada mais do que lhes ensinar a viver como
humanos, liberados da angústia. A simplicidade! O que conta é justamente que,
diante de Deus, basta nos mostrar humanos, humildes em nossa pequena medida... Mas,
os outros, aqueles que depositam demasiadas esperanças em seu lugar, aqueles
que se tomam por fortes, por vigorosos, por justos, deixam de ter enfim o pouco
de felicidade que lhes é concedida sobre a terra. Estar em sua terra em Nazaré,
descobrir o inabitual no que há de mais habitual, a grandeza no que é simples,
o divino no que é demasiado humano, tal é a arte da encarnação de nosso Deus, o
segredo de sua revelação.
(Eugen Drewermann, 1940-, Alemanha)
CONTEMPLAR
Refugiados de Kosovo, Albânia, Kukes, 1999, Cristina
Garcia Rodero (1949-), Magnum Photos, Espanha.
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