A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XIX Domingo do Tempo Comum 12.08.2018
1 Rs 19, 4-8 Ef 4, 30-5,2 Jo
6, 41-51
ESCUTAR
“Levanta-te e come! Ainda tens um
caminho longo a percorrer” (1 Rs 19, 7).
Irmãos, não contristeis o Espírito
Santo (Ef 4, 30).
“Não é este Jesus o filho de José?
Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” (Jo
6, 42).
MEDITAR
Sei que desce Aquele que é imóvel.
Sei que me aparece Aquele que habita
invisível.
Eu o sei, Aquele que está separado de
toda a criação
Me retém em Seu interior e em seus
braços me envolve,
E, desde então, além do mundo todo,
eu me encontro.
Mas, por minha parte, eu mortal, eu
todo pequeno neste mundo,
Eu contemplo em mim mesmo,
inteiramente, o Criador do mundo.
E sei que não morri, porque sei que
estou no meio da Vida,
E que tenho a Vida inteira que jorra
dentro de mim.
Ele está no meu coração, Ele habita
no céu.
Aqui e lá, Ele se revela a mim
igualmente fascinante.
(Simão o novo teólogo, 949 d. C,
Galácia)
ORAR
Cristo se apresenta como nova e
definitiva realidade, que se refere à humanidade inteira: “Eu Sou o pão, o pão
vivo, o pão descido do céu. Se alguém come deste pão viverá eternamente, e o
pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jo 6, 51). O dom de
Deus à humanidade, o verdadeiro pão do céu que comunica vida capaz de superar a
morte, passa mediante a carne de Jesus, a sua humanidade, e o evangelista
sublinha isso usando o termo “carne” (grego sarx),
que indica o homem na sua fragilidade. Não há manifestações divinas que não se
expressem mediante a carne, pois é somente na humanidade do homem que Deus se
torna visível, como Jesus revelará a Filipe: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,
9). O poder de Deus se manifesta mediante a fragilidade do homem (2 Cor 12,
9-10), mas um Deus que se manifeste na fragilidade da carne é o oposto da
onipotente divindade da religião, o Deus distante e inacessível (1 Tm 6, 16),
em direção do qual o homem deve elevar-se, libertando-se do peso da condição
humana. Enquanto o Senhor se torna carne para encontrar o homem, o homem deseja
destacar-se da carne para aproximar-se do Senhor. E são destinados a nunca se
encontrarem, mas, quanto mais o homem se espiritualiza, mais se afasta de um
Deus que se fez carne e se tornou profundamente humano. Aquilo que para os
judeus era escândalo intolerável, que o Altíssimo Deus se pudesse manifestar na
carne, que pudesse ser visto e
tocado, com Jesus se tornará realidade cotidiana para os crentes: “Aquele que
era desde o princípio, aquele que nós ouvimos, aquele que vimos com nossos
olhos, aquele que contemplamos e nossas mãos tocaram, isto é, o Verbo da
vida...” (1 Jo 1, 1).
(Alberto Maggi, 1945, Itália)
CONTEMPLAR
Queda de neve fora de um K-Mart
fechado, 2016,
Flint, Mississippi, Matt Black (1970-), Magnum Photos, Santa Maria, Califórnia,
Estados Unidos.
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