segunda-feira, 4 de julho de 2016

O Caminho da Beleza 34 - XV Domingo do Tempo Comum

XV Domingo do Tempo Comum                  10.07.2016
Dt 30, 10-14                       Cl 1, 15-20               Lc 10, 25-37


ESCUTAR

“Esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir” (Dt 30, 14).

Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz (Cl 1, 19-20).

“Vai e faze a mesma coisa” (Lc 10, 37).


MEDITAR

Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos, tomar a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isto é Evangelho puro... Os ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites, na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou “clérigos burocratas” (Francisco, Entrevista a Civiltà Cattolica, 19 de setembro de 2013).


ORAR

Cristo não é só o princípio da harmonia cósmica, mas Aquele que funda e legitima uma nova ordem nas relações entre os homens. Ele revela o rosto escondido e inacessível de Deus e o seu desígnio para a humanidade. Este desígnio mostra-se fechado para os que pensam alcançar a Deus passando ao largo do seu próximo. Preocupam-se com as coisas de Deus sem se dar conta de que o que interessa a Deus são as coisas dos homens. Consideram a misericórdia, o ser tomado pelas entranhas, uma debilidade. Cristo nos revela que não há outro lado do caminho senão o encontro concreto com o outro que nos leva a Deus. Não é preciso subir aos céus e nem descer às profundezas para encontrá-Lo. Basta, como o samaritano, descer da sua montaria e mergulhar na dor de um pobre homem qualquer. O sacerdote e o levita chegaram, sem obstáculos, até o final do seu caminho e faltaram ao encontro com Deus. O samaritano não deu mais do que dois passos, mas na direção certa. A quem damos amor se torna o próximo. “O amor torna-se cuidado do outro e pelo outro... Amar é dar ao outro o olhar de ternura que ele precisa” (Bento XVI, Deus Caritas Est). O Cristo oferece mais do que uma resposta filosófica e um princípio ético natural. Sua resposta é uma revelação divina do mistério de Deus: “Eu quero misericórdia e não sacrifícios” (Os 6,6). O mistério do bom samaritano é o mistério da Misericórdia. É o próprio Cristo que habita o ferido à beira do caminho; é o Cristo que passa na pessoa do samaritano e se torna o vínculo que os une. Ao se encontrarem pela compaixão, produz-se um despertar e uma epifania divinas e nelas encontramos o Homem e a Humanidade. Eis o que significa “fazer a vontade de Deus”: não é só obedecer aos mandamentos, ir aos cultos, mas nos atermos aos outros com vínculos de misericórdia. As questões colocadas pelo mestre da lei eram inúteis e Cristo não as responde. Ao invés de respondê-las, verte vinho e óleo sobre as feridas, pois Ele é a única resposta às questões vitais.


CONTEMPLAR


O cordeiro sobre o jumento, 1958, Robert Doisneau (1912-1994), Paris, França.



2 comentários: