XVII Domingo do Tempo Comum 24.07.2016
Gn 18, 20-32 Cl 2,12-14 Lc 11, 1-13
ESCUTAR
“Estou
sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gn 18, 27).
Com
Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por
meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos (Cl 2,
12).
“Portanto,
eu vos digo, pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será
aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra e para quem bate, se
abrirá” (Lc 11,9).
MEDITAR
Orar
é um ato de liberdade. Mas, às vezes, surge uma tentativa de controlar a
oração, que é a mesma coisa que tentar controlar Deus. Isso tem a ver com uma
deformação, com um excessivo ritualismo ou com tantas outras atitudes de
controle. A oração é falar e escutar (Francisco, Sobre o céu e a terra).
ORAR
A intercessão de Abraão representa uma mudança
determinante nas relações entre Deus e a humanidade pecadora. Até então, as
culpas de um ou de poucos eram pagas por toda a coletividade. Abraão luta com
humildade e decisão para que a inocência de uma minoria seja motivo de perdão
para todos os demais pecadores. O Senhor está sempre disposto a garantir espaço
ao perdão. Na insistência de Abraão, é a sua fé e não a sua inocência que lhe dá
a ousadia de dialogar com o Senhor. Ele reza pelos outros, intercede por eles e
se solidariza com os pecadores. “Existia contra nós uma conta a ser paga, mas
ele a cancelou, apesar das obrigações legais e a eliminou, pregando-a consigo
na cruz”. O Evangelho revela um Deus que é Pai e não o Juiz da terra. É a
oração dos filhos e filhas que supera, definitivamente, o medo por meio deste
novo clima de confiança e de amor. Pedimos e nos comprometemos ao mesmo tempo.
A oração nos permite escutar o que o Pai espera de nós: exatamente o que
pedimos. Deus nos escuta a seu modo, Ele sabe o que é melhor para nós e dará o
Espírito Santo aos que pedem. A oração que o Pai escuta é a que nos transforma
e nos mergulha, sob o impulso do Espírito, nos desígnios de Deus. Deus é o Deus
que nos surpreende. Suas respostas são maiores que nossas perguntas e o seu dom
maior que nossas petições. A oração cristã não são novas palavras, mas uma nova
maneira de ser. Em lugar de bater no peito, mortificar-se, louvar aos berros,
repetir palavras inaudíveis para impressionar, Jesus se torna sereno como
aquele que se aproxima com gratidão e admiração. Sua presença nos extasia e a
sua beleza nos conforta. O cerne do Pai Nosso não é o pedido de pão ou de
trabalho, mas o essencial revelado na primeira frase: “Pai nosso amado!”.
CONTEMPLAR
S. título, 1992-9,
Romaria em Juazeiro do Norte, Ceará, Tiago Santana (1966-), do livro “Benditos”,
Crato, Ceará, Brasil.
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