segunda-feira, 11 de julho de 2016

O Caminho da Beleza 35 - XVI Domingo do Tempo Comum

XVI Domingo do Tempo Comum                17.07.2016
Gn 18, 1-10             Cl 1, 24-28              Lc 10, 38-42


ESCUTAR

“Meu Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem sem parar junto a mim, teu servo” (Gn 18, 3).

Alegro-me de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que falta das tribulações de Cristo (Cl 1, 24).

“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas” (Lc 10, 41).


MEDITAR

Foi a surpresa, o estupor de um encontro; percebi que estavam me esperando. Isso é a experiência religiosa: o estupor de encontrar alguém que está nos esperando. A partir desse momento, para mim, Deus é o que está um passo à frente. Você o está buscando, mas ele o busca primeiro. Queremos encontrá-lo, mas ele nos encontra primeiro (Francisco, O Papa Francisco. Conversas com Jorge Bergoglio).


ORAR

A hospitalidade sempre será desafiadora e nos exige uma quebra no cotidiano. Abraão sai da sua modorra no maior calor do dia para acolher os que chegam de surpresa. Marta nos faz conhecer seu erro de perspectiva ao não entender que a chegada do Cristo significa a necessidade de sacrificar o urgente ao importante. Maria escolhe receber a palavra de Jesus e coloca-se no plano do ser ao dar primazia à escuta. Marta se precipita num ativismo ensandecido e corre o risco de se converter no moto perpétuo que gira no vazio para se auto justificar. Marta se limita a recepcionar Jesus em sua casa; Maria o acolhe no interior do seu coração ao se fazer receptáculo e tabernáculo de Jesus. Maria lhe oferece a hospitalidade no espaço interior, secreto, reservado para o seu amor. Marta oferece a Jesus uma grande quantidade de coisas e Maria oferece a si mesma. Muitas vezes, com a intenção de dedicar-se às coisas do Senhor descuidamos da acolhida profunda e silenciosa da sua Palavra e nos arriscamos a perder de vista o Senhor e ver somente a nós mesmos. Hoje nos falta arder o coração num contato pessoal com Jesus vivo, pois estamos imersos na mediocridade de uma subcultura globalizada que nos submerge na indiferença e na rotina. A prática da hospitalidade traz consigo um dom inesperado: descobrimos que, ao dar espaço ao outro na nossa casa e no nosso coração, a sua presença não nos subtrai espaço vital, mas amplia os nossos ambientes e horizontes, assim como a sua partida não deixa um vazio, mas dilata o nosso coração até permitir-lhe abraçar o mundo inteiro. Devemos acolher com hospitalidade o Cristo presente no forasteiro para que no dia do julgamento Ele não nos ignore como estrangeiros, mas nos receba como irmãos em seu Reino (Gregório Magno). Devemos gravar no mais fundo de nós a exortação da carta aos Hebreus: “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela alguns, sem saber, acolheram anjos” (Hb 13, 1).


CONTEMPLAR

Mulher no acampamento de refugiados em Lahore, Paquistão, 1948, Henri Cartier-Bresson (1908-2004), Fundação Henri Cartier-Bresson, Paris, França.




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