XVI Domingo do Tempo Comum 17.07.2016
Gn 18, 1-10 Cl 1, 24-28 Lc 10, 38-42
ESCUTAR
“Meu
Senhor, se ganhei tua amizade, peço-te que não prossigas viagem sem parar junto
a mim, teu servo” (Gn 18, 3).
Alegro-me
de tudo o que já sofri por vós e procuro completar na minha própria carne o que
falta das tribulações de Cristo (Cl 1, 24).
“Marta,
Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas” (Lc 10, 41).
MEDITAR
Foi
a surpresa, o estupor de um encontro; percebi que estavam me esperando. Isso é
a experiência religiosa: o estupor de encontrar alguém que está nos esperando.
A partir desse momento, para mim, Deus é o que está um passo à frente. Você o
está buscando, mas ele o busca primeiro. Queremos encontrá-lo, mas ele nos
encontra primeiro (Francisco, O Papa
Francisco. Conversas com Jorge Bergoglio).
ORAR
A hospitalidade sempre será desafiadora e nos
exige uma quebra no cotidiano. Abraão sai da sua modorra no maior calor do dia
para acolher os que chegam de surpresa. Marta nos faz conhecer seu erro de
perspectiva ao não entender que a chegada do Cristo significa a necessidade de
sacrificar o urgente ao importante. Maria escolhe receber a palavra de Jesus e
coloca-se no plano do ser ao dar primazia à escuta. Marta se precipita num
ativismo ensandecido e corre o risco de se converter no moto perpétuo que gira
no vazio para se auto justificar. Marta se limita a recepcionar Jesus em sua
casa; Maria o acolhe no interior do seu coração ao se fazer receptáculo e
tabernáculo de Jesus. Maria lhe oferece a hospitalidade no espaço interior,
secreto, reservado para o seu amor. Marta oferece a Jesus uma grande quantidade
de coisas e Maria oferece a si mesma. Muitas vezes, com a intenção de
dedicar-se às coisas do Senhor descuidamos da acolhida profunda e silenciosa da
sua Palavra e nos arriscamos a perder de vista o Senhor e ver somente a nós
mesmos. Hoje nos falta arder o coração num contato pessoal com Jesus vivo, pois
estamos imersos na mediocridade de uma subcultura globalizada que nos submerge
na indiferença e na rotina. A prática da hospitalidade traz consigo um dom
inesperado: descobrimos que, ao dar espaço ao outro na nossa casa e no nosso
coração, a sua presença não nos subtrai espaço vital, mas amplia os nossos
ambientes e horizontes, assim como a sua partida não deixa um vazio, mas dilata
o nosso coração até permitir-lhe abraçar o mundo inteiro. Devemos acolher com
hospitalidade o Cristo presente no forasteiro para que no dia do julgamento Ele
não nos ignore como estrangeiros, mas nos receba como irmãos em seu Reino
(Gregório Magno). Devemos gravar no mais fundo de nós a exortação da carta aos
Hebreus: “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela alguns, sem
saber, acolheram anjos” (Hb 13, 1).
CONTEMPLAR
Mulher no acampamento de
refugiados em Lahore, Paquistão, 1948, Henri Cartier-Bresson (1908-2004),
Fundação Henri Cartier-Bresson, Paris, França.
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