XV Domingo do Tempo Comum 10.07.2016
Dt 30, 10-14 Cl 1, 15-20 Lc 10, 25-37
ESCUTAR
“Esta
palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a
possas cumprir” (Dt 30, 14).
Deus
quis habitar nele com toda a sua plenitude e por ele reconciliar consigo todos
os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua
cruz (Cl 1, 19-20).
“Vai
e faze a mesma coisa” (Lc 10, 37).
MEDITAR
Os ministros da Igreja devem ser
misericordiosos, tomar a seu cargo as pessoas, acompanhando-as como o bom
samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isto é Evangelho puro... Os
ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de
caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites,
na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários
ou “clérigos burocratas” (Francisco, Entrevista
a Civiltà Cattolica, 19 de setembro de 2013).
ORAR
Cristo não é só o princípio da harmonia cósmica,
mas Aquele que funda e legitima uma nova ordem nas relações entre os homens.
Ele revela o rosto escondido e inacessível de Deus e o seu desígnio para a
humanidade. Este desígnio mostra-se fechado para os que pensam alcançar a Deus
passando ao largo do seu próximo. Preocupam-se com as coisas de Deus sem se dar
conta de que o que interessa a Deus são as coisas dos homens. Consideram a
misericórdia, o ser tomado pelas entranhas, uma debilidade. Cristo nos revela
que não há outro lado do caminho senão o encontro concreto com o outro que nos
leva a Deus. Não é preciso subir aos céus e nem descer às profundezas para encontrá-Lo.
Basta, como o samaritano, descer da sua montaria e mergulhar na dor de um pobre
homem qualquer. O sacerdote e o levita chegaram, sem obstáculos, até o final do
seu caminho e faltaram ao encontro com Deus. O samaritano não deu mais do que
dois passos, mas na direção certa. A quem damos amor se torna o próximo. “O
amor torna-se cuidado do outro e pelo outro... Amar é dar ao outro o olhar de
ternura que ele precisa” (Bento XVI, Deus
Caritas Est). O Cristo oferece mais do que uma resposta filosófica e um
princípio ético natural. Sua resposta é uma revelação divina do mistério de
Deus: “Eu quero misericórdia e não sacrifícios” (Os 6,6). O mistério do bom
samaritano é o mistério da Misericórdia. É o próprio Cristo que habita o ferido
à beira do caminho; é o Cristo que passa na pessoa do samaritano e se torna o
vínculo que os une. Ao se encontrarem pela compaixão, produz-se um despertar e
uma epifania divinas e nelas encontramos o Homem e a Humanidade. Eis o que
significa “fazer a vontade de Deus”: não é só obedecer aos mandamentos, ir aos
cultos, mas nos atermos aos outros com vínculos de misericórdia. As questões
colocadas pelo mestre da lei eram inúteis e Cristo não as responde. Ao invés de
respondê-las, verte vinho e óleo sobre as feridas, pois Ele é a única resposta
às questões vitais.
CONTEMPLAR
O cordeiro sobre o jumento, 1958,
Robert Doisneau (1912-1994), Paris, França.
belíssimo
ResponderExcluirtambém achamos
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