XVIII Domingo do Tempo Comum 31.07.2016
Ecl 1, 2;2, 21-23 Cl 3, 1-5.9-11 Lc 12, 13-21
ESCUTAR
“Vaidade
das vaidades!” (Ecl 1, 2).
“Aspirai
as coisas celestes e não as coisas terrestres. Pois vós morrestes e a vossa
vida está escondida, com Cristo, em Deus” (Cl 3, 2-3).
“A
vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12, 15).
MEDITAR
O
que manda hoje não é o homem, mas o dinheiro, é o dinheiro que manda! E Deus,
nosso Pai, confiou a tarefa de conservar a terra, não o dinheiro, a nós: aos
homens e às mulheres; somos nós que temos essa tarefa! No entanto, homens e
mulheres são sacrificados aos ídolos do lucro e do consumo: é a “cultura do
descarte” (Francisco, A Igreja da
Misericórdia).
ORAR
A
palavra do Senhor é contestadora e sempre nos coloca diante da mesma pergunta
de fundo: que sentido tem a vida, se tudo é vaidade? A realidade é furtiva,
passageira, de escassa consistência e mesmo o trabalho realizado com
inteligência, paixão e habilidade está sob o signo do vazio. Jesus contesta a tarefa
de árbitro que desejam lhe conferir numa controvérsia sobre a herança. Sua
missão está acima das disputas mesquinhas vinculadas aos interesses econômicos
e patrimoniais. Cristo veio para que descubramos que o Senhor nos ama; para que
vivamos no amor recíproco e não para decidir quem tem razão na disputa
fratricida por um quinhão de dinheiro. Quem age desta forma é um néscio, um
estúpido porque erra na vida de uma maneira clamorosa e será para sempre um
não-vivente. Idolatrar a riqueza é não conseguir ampliar horizontes por se
estar sufocado pelo medo e pelo pavor de perder o que se acumulou. Cristo não
nos ensina o desprezo da realidade terrestre, mas a sua superação. Contesta a
afirmação absoluta e corriqueira que a vida do homem depende dos seus bens. A
segurança não vem do que se acumulou, mas dos valores e dos afetos sobre os
quais alicerçamos nossa existência. Vivemos numa sociedade de mútuas ilusões e
de recíprocos enganos. O cristão não vive de limites, mas de horizontes que
estão além, muito além, das posses, do poder e da ostentação. Tomara que as
pontas das leituras desta liturgia nos atem, definitivamente, à Palavra
fustigante de Deus que nos atinge até a medula: “Vaidade das vaidades”; “Louco!
Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu
acumulastes?”.
CONTEMPLAR
Francisco, 2015
ou 2016 (?), Vaticano, Itália, autor desconhecido.
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