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Domingo do Tempo Comum 05.06.2016
1Rs
17, 17-24 Gl 1, 11-19 Lc 7, 11-17
ESCUTAR
“Eis aqui o teu filho vivo” (1 Rs 17, 23).
Asseguro-vos, irmãos, que o evangelho pregado por mim não é
conforme a critérios humanos (Gl 1, 12).
“Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe
disse: Não chores!” (Lc 7, 1).
MEDITAR
O Deus feito homem se deixa comover pela miséria humana,
pela nossa necessidade, pelo nosso sofrimento. O verbo grego que traduz esta
compaixão é splanchnízomai e deriva
da palavra que indica as vísceras ou o útero materno. É semelhante ao amor de
um pai e de uma mãe que se comovem profundamente pelo seu filho; é um amor
visceral (Francisco, O nome de Deus é
Misericórdia).
ORAR
A ressurreição do filho da
viúva de Naim não foi narrada pelo evangelista para insistir no aspecto
miraculoso do ocorrido, mas para proclamar o anúncio pascal de que Jesus é a
vida mais forte do que a morte e veio para conduzir a todos para a vida eterna.
Jesus revela que a compaixão não é uma forma de comiseração, mas uma escuta e
acolhida ao outro no seu sofrimento. É a capacidade de partilhar a dor daquele
que passa ao nosso lado e de decidir estar próximo a ele (Lc 10, 36-37). Os
gestos de compaixão são gestos concretos. Para Jesus, a morte não é aceitável
porque contradiz o desígnio de Deus. A morte foi introduzida no mundo pelo
diabo: “Deus criou o homem para a imortalidade e o fez imagem do seu próprio
ser; mas a morte entrou no mundo pela inveja do diabo e os de seu partido
passarão por ela” (Sb 2, 23-24). Jesus revela as suas entranhas de misericórdia
como uma manifestação da ternura materna do Pai. A multidão comenta: “Deus
visitou o seu povo” e o seu Enviado se manifesta como portador da vida. E uma
vida aqui e agora, pois a vida eterna começa hoje. O cristão não pode preparar
o funeral dos vivos, não deve mortificar a vida porque está a seu serviço. A
Igreja de Jesus é o lugar da vida, pois onde se mortifica a vida jamais haverá
lugar para a alegria, nem para a ternura e muito menos para a verdade. A luz da
verdade emana, exclusivamente, do esplendor da vida. A comunidade eclesial deve
refletir sobre a credibilidade do Cristo e da sua Igreja junto ao nosso povo.
Quais os sinais que damos para anunciar o Deus da Vida no nosso meio? Qual a
mensagem da Igreja digna de ser crer? Se não soubermos responder é porque
estamos imersos na tristeza e numa religiosidade da mortificação que nos leva a
manifestar a morte da alegria e da ternura.
CONTEMPLAR
“Com o
menino no colo”, 1965, São Paulo, Ensaio “Pele
Preta”, Acervo Instituto Moreira Salles, Maureen Bisilliat (1931-),
Inglaterra/Brasil.
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