segunda-feira, 2 de maio de 2016

O Caminho da Beleza 25 - Ascensão do Senhor

Ascensão do Senhor                  08.05.2016
At 1, 1-11                  Ef 1, 17-23               Lc 24, 46-53


ESCUTAR

“Recebereis o poder do Espírito Santo, que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas” (At 1, 8).

Irmãos, o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê um espírito de sabedoria que vo-lo revele e faça verdadeiramente conhecer (Ef 1, 17).

“Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu (24, 49).


MEDITAR

Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito, ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo, onde tudo nos fala de Vós. Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão por cada ser que criastes. Dai-nos a graça de nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe (Francisco, Laudato Si’).


ORAR
           
            A liturgia de hoje nos fala da Ascensão do Senhor aos céus. E, para Jesus, o céu não é um lugar além das estrelas e nem um espaço. Como afirma o Papa Bento XVI: “O céu é uma Pessoa, a pessoa em que Deus e o homem são inseparavelmente unidos para sempre”. Para Jesus, o céu é a participação plena na vida do Amor e na comunidade daqueles que se amam e se colocam abertos ao mundo e ao serviço de todos. O envio do Amor abarca todos os povos da terra até o último dia e isto exige que nos coloquemos de pé e a caminho, como itinerantes e peregrinos. Nossa Galileia é o mundo inteiro com todas as suas contradições e nele estaremos sempre como estrangeiros e atraídos pela aflição dos doentes, dos pobres e dos que são intoleráveis e proscritos, pois é neles que encontraremos o Cristo Ressuscitado. O Papa Bento XVI alerta: “Evangelizar quer dizer ensinar a arte de viver e não atrair, rapidamente, com novos e refinados métodos, as grandes massas distanciadas da Igreja”. Não devemos nos iludir. O amar cristão não faz parte da galeria dos amores corteses e cheios de galanteios. O testemunho verdadeiro do amor cristão nos conduzirá, fatalmente, à proscrição: “Virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus” (Jo 16, 2). A certeza da Ressurreição não exclui as dúvidas, as incertezas, os embates e as contradições da nossa travessia. Viveremos num paradoxo: tudo está cumprido e tudo está por se fazer. Temos os olhos fixos na realidade última e definitiva, mas caminhamos no provisório e finito. A beleza de ser cristão se encontra na travessia que deve ser inventada e reinventada a cada dia. Como dizia Guimarães Rosa: “Viver é rasgar-se e remendar-se!”. Cristão é quem admite as próprias misérias para experimentar a força que vem do Espírito e, por meio, de pequenos sinais e gestos de compaixão e fraternidade, manifestar a medida do Cristo: “uma medida generosa, calcada, sacudida e transbordante” (Lc 6, 38). Podemos caminhar “cheios de alegria” (Lc 24, 52) e proclamar que a humanidade de Jesus é de tal modo perfeita que é necessário, agora e sempre, escrever a palavra Deus; e sua divindade é de tal modo real que é, também preciso escrever, eternamente, a palavra Homem.


CONTEMPLAR

Nuvens trovejantes, Lago Garnet, 3:18 p.m., Parque Nacional Yosemite, Peter Essick (1957-), Estados Unidos.





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