segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Caminho da Beleza 28 - IX Domingo do Tempo Comum

IX Domingo do Tempo Comum                   29.05.2016
1 Rs 8, 41-43                      Gl 1, 1-2.6-10                     Lc 7, 1-10


ESCUTAR

“Senhor, pode acontecer que até um estrangeiro que não pertence a teu povo, Israel, escute falar de teu grande nome, de tua mão poderosa e do poder de teu braço” (1 Rs 8, 41).

“Se eu ainda estivesse preocupado em agradar aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1, 10).

“Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé” (Lc 7, 9).


MEDITAR

A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz descobrir um grande chamado – a vocação do amor – e assegura que esse amor é fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade (Francisco, Lumen Fidei, 53).


 ORAR

O infinito do Senhor não pode ser hospedado, nem aprisionado num espaço finito como uma construção de pedra ainda que majestosa. Salomão se dá conta de que seu suntuoso Templo pode não acolher Deus: “Mas, é possível que Deus habite na terra? Se não cabes no céu e no mais alto do céu, quando menos neste templo que construí!” (1 Rs 8, 27) As igrejas oferecem uma possibilidade de encontro com Deus e isto só se realizará se este lugar for, também, o lugar de encontro entre os homens. As igrejas devem realizar a comunhão com todos, pois não é possível transferir ao templo as fronteiras que os dividem, as discriminações que fazemos e as exclusões que decretamos aos que não são como nós. Nas igrejas ninguém deve se sentir estranho ou privilegiado, pois a comunhão vem da alegria de se orar juntos. Não é suficiente orar pelos outros, é necessário saber orar com os outros, ou seja, todos. O evangelista revela que a possibilidade do encontro com Deus nos é assegurada pela fé. Jesus se assombra e se admira com a fé de um pagão assim como o Criador se admirou ao contemplar a beleza de sua Criação. Não sabemos se Deus ficou admirado diante da suntuosidade do templo de Jerusalém edificado para a sua glória, nem se recebeu o sacrifício de vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas no dia solene da dedicação do Templo. Jesus se admira com a fé do estrangeiro, um centurião romano. Uma fé extraordinária e verdadeira. E o mais sensacional não é a cura do pobre homem, mas o milagre da fé de um pagão. Paulo reafirma que o evangelho não foi pregado para agradar a todos e nem para ser manipulado para atender aos desejos pessoais. Um evangelho reduzido às nossas vontades e gostos é um outro evangelho. Hoje devemos perguntar, com lealdade: onde está a nossa fé? Na postura submissa dos “anciãos dos judeus” de pedirem a intercessão de Jesus por estarem agradecidos por um sinagoga construída ou na humildade ou no desespero de um pagão de pedir auxílio à outra religião? Cristo é uma realidade para nós, pois a única fresta pela qual passa a luz do Evangelho é o testemunho da experiência de fé de um cristão ou de um homem de boa vontade.


CONTEMPLAR

Foto memorial de um jovem palestino colocada num túmulo de cemitério, Beirute, Líbano, 1982, Chris Steele-Perkins (1947-), Magnum Photos, Reino Unido.







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