segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Caminho da Beleza 01 - I Domingo do Advento

O Caminho da Beleza 01
Leituras para a travessia da vida


“O conceito de sabedoria é aquele que reúne harmonicamente diversos aspectos: conhecimento, amor, contemplação do belo e, também, ao mesmo tempo, uma ‘comunhão com a verdade’ e uma ‘verdade que cria comunhão’, ‘uma beleza que atrai e apaixona’” (Francisco).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


I Domingo do Advento                                     30.11.2014
Is 63, 16b-17.19b;64, 2b-7                    1 Cor 1, 3-9             Mc 13, 33-37

ESCUTAR

Ah! se rompesses os céus e descesses! (Is 63, 19b).

Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós (1 Cor 1, 5-6).

Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai! (Mc 13, 36-37).


MEDITAR

Aquele que ensina o bem aos outros sem o praticar é como um cego que segura uma lanterna (Provérbio Argelino).

Procurar Deus é se deixar constantemente questionar por Ele. Não se deve procurar Deus como se procura qualquer coisa que se pode comprar (Anselm Grün).


ORAR

Este novo ano litúrgico começa com o primeiro domingo do Advento. A liturgia da Igreja nos oferece dois acontecimentos. O primeiro, o Cristo que “desce” no meio dos homens perdidos em seus caminhos pela dureza dos seus corações. Realiza-se, então, o velho sonho do profeta: “Ah! se rompesses os céus e descesses!”. Deus não esconde mais o seu rosto. O segundo acontecimento é constituído pela vinda do Cristo para o Juízo Final. Duas vindas e manifestações de Jesus: na carne e na glória. As duas vindas e os dois acontecimentos nos interessam aqui e agora: o Cristo veio, mas é acolhido hoje; o Cristo deve vir, mas há de ser, hoje, esperado. É necessário despertarmos do torpor, da preguiça e do aborrecimento. Só podemos ser fiéis a um Deus em movimento, que toma a iniciativa e intervém em nossas vicissitudes, se assumirmos uma postura dinâmica de tomada de consciência e de responsabilidade. Este rosto surpreendente de Deus nos convida a frequentar caminhos de justiça. Ele nada vem exigir, mas dar. Acolher não significa preparar um espetáculo colossal em sua honra, mas nos apresentarmos com a nossa pobreza que é, essencialmente, a disponibilidade para receber. Quanto à segunda vinda, temos a curiosidade de saber “quando” ou, pelo menos, sermos agraciados com um sinal: “Dize-nos, por que sinal se saberá que tudo isso se vai realizar?” (Mc 13, 4). A indagação assume, então, a dimensão da esperança. Este Deus que pode chegar à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer, não pode ser anunciado por um sinal de alarme. Este Deus deve ser esperado com as portas abertas, de par em par; com os olhos liberados da fadiga e com o coração curado da dureza. Hoje, uma terceira vinda se faz presente: a dos cristãos marcados pela novidade, pois a manifestação de um cristianismo irrelevante, banalmente repetitivo, politicamente queixoso dos males do mundo, não interessa a ninguém. Somos chamados a ser cristãos que surpreendem e que despertam os sonhos e desejos dos que dormem na passividade. Este é o momento, aqui e agora, para sairmos fora, na noite, e anunciarmos um cristianismo embalado numa canção de amor e fraternidade que “faça acordar os homens e adormecer as crianças”.


CONTEMPLAR

Madona e Criança, Marianne Stokes (1855-1927), pintora austríaca, data, dimensões e locação desconhecidas.





Um comentário:

  1. Inspiradoras e, principalmente, significativas estas palavras. Lançam luz a um caminho que busca substancialidade e coerência na fé.

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