Entristecidos
mas sempre alegres, pobres mas enriquecendo a muitos, nada tendo mas possuindo
tudo (2 Cor 6, 10).
IV Domingo do Advento
Is 7, 10-14 Rm
1, 1-7 Mt 1, 18-24
ESCUTAR
“Será que
achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus?” (Is 7,
13).
“É por ele que
recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à
obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória do seu nome” (Rm 1, 5).
“José, filho de
Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu
pela ação do Espírito Santo” (Mt 1, 20).
MEDITAR
Havendo Deus de
ter Mãe, não podia ser senão virgem, e havendo uma virgem de ter um Filho, não
podia ser senão Deus.
(São Bernardo
de Claraval)
Até que ponto
São José penetrou na intimidade de Deus? Não o sabemos. São José, que tanto tem
a dizer, não fala: guarda dentro de si as grandezas que contempla: dentro dele
erguem-se montanhas sobre montanhas, e as montanhas são silenciosas.
(Ernest Hello)
ORAR
Maria e José nos ensinam que uma fé se cumpre na obediência e sem
nenhuma pressa, pois para Deus o tempo não existe: tudo acontece na eternidade.
Sem pressa, Abraão e Sara são agraciados na velhice com Isaac, a gargalhada de
Deus; sem pressa, Zacarias e Isabel se tornaram fecundos ao gerar João; sem
pressa, Maria aceitou acolher, em seu ventre, o silencioso mistério que se
revelava fecundo entre ela e a sombra do Espírito que pousara sobre seu corpo
de mulher. Sem pressa, José assumiu a paternidade de uma criança que não era de
sua semente e o fez antes mesmo que o Anjo lhe confirmasse que a criança no
ventre de Maria era o da divina Promessa, o rebento de Davi esperado em Israel.
Paulo nos exorta: “Ninguém vive nem morre só para si... mas, quer por nossa vida
quer por nossa morte, pertencemos a Cristo” (Rm 14, 7-8). O Evangelho revela
que o desígnio de Deus se realiza além da linhagem carnal. É por meio de Jesus,
de Nazaré, que Deus se faz Emmanuel, mas para que isto se realizasse foi
necessário que tanto José quanto Maria abrissem mão do seu projeto pessoal, do
seu futuro familiar, para acolher, sem reservas, as promessas de Deus. Este
Menino, que nos foi dado, tem a envergadura infinita de cada homem e cada
mulher que vive sem pressa ao permitir que Deus seja uma manifestação luminosa
em suas vidas por veredas que só Ele conhece. Esta manifestação se realiza no
poder de servir e nunca nos que se servem do poder para cercear a liberdade e
comprar as consciências. Assim devemos viver para a vida eterna na qual serão
abolidas todas as urgências e as pressas. Como nos garante o teólogo do sertão,
João Guimarães Rosa: “Deus é urgente sem pressa!”.
(Manos da Terna
Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
O sonho de São José (detalhe), 1986, Arcabas (Jean-Marie Pirot)
(1926-), acetato de polivinil, areia de silício, ouro batido 22 quilates sobre
tela de linho, Igreja de Saint-Hugues-de-Chartreuse, França.
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