sexta-feira, 23 de setembro de 2022

O Caminho da Beleza 44 - XXVI Domingo do Tempo Comum

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXVI Domingo do Tempo Comum            

Am 6, 1.4-7             1 Tm 6, 11-16                      Lc 16, 19-31

 

ESCUTAR

“Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião, os que se sentem seguros nas alturas de Samaria!” (Am 6, 1).

“Tu que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão” (1 Tm 6, 11).

“Há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós” (Lc 16, 26).

 

MEDITAR

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente estarás fazendo o impossível” (São Francisco de Assis).

“Somente quando não se poupam as mãos no serviço de amor e de misericórdia na disposição diária de ajudar, pode a boca anunciar com alegria e credibilidade a palavra do amor e da misericórdia de Deus” (Dietrich Bonhoeffer).

 

 ORAR

      Há um momento da vida que é preciso “acertar as contas” e na maioria das vezes o cenário é desagradável: uma existência fútil e inútil; uma ostentação descarada do luxo, um alarde das riquezas acumuladas por meios inconfessáveis. O profeta não poupa as palavras: a orgia dos dissolutos acabará de uma maneira trágica: “Eles irão agora para o desterro, na primeira fila, e o bando dos gozadores será desfeito”. Na parábola de Jesus, o rico não tem nome e nem o necessita, pois de todas as maneiras seria abusivo uma vez que a sua vida é vazia, fútil e se gasta unicamente em favor próprio. O mendigo não possui nada e nada recebe além da compaixão dos cachorros que vinham lamber as suas feridas. Mas, tem um nome importante – Lázaro – que significa Deus trouxe auxílio. A narrativa evangélica não pretende descrever o além-da-morte, nem nos informar sobre a decoração e a temperatura do inferno. Ela quer nos fazer entender a mudança radical das perspectivas no momento da morte, quando o teatro termina, as cortinas se fecham e as luzes se apagam. Em síntese, a parábola afirma que a Palavra de Deus basta e sobra!!! Não há aparições, nem de mortos ou fantasmas, que podem substituí-la e nem sinais extraordinários que sejam mais convincentes. Os mais pobres exigem que façamos justiça às suas vidas e que transformemos as estruturas sociais e religiosas que os condenam à mendicância. Neles, o Cristo mendiga a cada instante e deste Cristo encarnado nos pobres não podemos nos envergonhar, pois o evangelho de Jesus revela que quanto menor é o irmão tanto maior é nele a presença do Cristo: “Aquele que recebe um destes pequeninos é a mim que recebe” (Mc 9, 37). Ironicamente, o evangelista mostra que Lázaro não teve um funeral e, no entanto, “os anjos levaram-no para junto de Abraão”. E o rico anônimo acostumado às pompas foi, simplesmente, enterrado. Devemos ter a lucidez de que um Lázaro qualquer de nossas vidas, o menor entre os menores, é e sempre será o que poderá interceder por nós diante Daquele que vive e reina com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos. Amém.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

S. Título, início da década de 1960, São Francisco, Estados Unidos, Nacio Jan Brown, Berkeley, Estados Unidos.




  

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