A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
XXV Domingo do Tempo Comum
Am 8, 4-7 1
Tm 2, 1-8 Lc 16, 1-13
ESCUTAR
“Nunca mais
esquecerei o que eles fizeram” (Am 8, 7).
“Quero,
portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem
ira e sem discussões” (1 Tm 2, 8).
“Vós não
podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13).
MEDITAR
"Sonhei que o papa enlouquecia. E ele mesmo
ateava fogo ao Vaticano e à Basílica de São Pedro. Loucura sagrada, porque Deus
atiçava o fogo que os bombeiros, em vão, tentavam extinguir. O papa, louco,
saía pelas ruas de Roma, dizendo adeus aos embaixadores, credenciados junto a
ele; e espalhando pelos pobres o dinheiro todo do Banco do Vaticano. Que
vergonha para os cristãos! Para que um papa viva o Evangelho, temos que imaginá-lo
em plena loucura”.
(Dom Hélder
Câmara)
ORAR
A lição de hoje é de uma visibilidade inconfundível: não se pode misturar
religião e injustiça; culto e fraude; glória de Deus e aviltamento do homem;
louvor ao Pai e exploração do fraco. Deus esquece as nossas práticas religiosas
ainda que as conciliemos com uma conduta desonesta, mas jamais esquece as
práticas de trapaças enganosas: “Dominar os pobres com dinheiro e os humildes
com um par de sandálias”. Os que governam e não conduzem o povo a uma vida
digna são maus administradores e “filhos das trevas”. São os que idolatram o
dinheiro e acumulam riquezas injustas porque não partilhadas. Os “filhos da
luz” devem testemunhar um mundo totalmente diferente, um mundo em que os
valores sejam os da acolhida, os da amizade e os da partilha. O administrador acaba
agindo de uma maneira sensata e toma uma decisão imediata: fazer amigos como um
investimento para o futuro, pois considerou as relações humanas mais
importantes do que o dinheiro injusto acumulado pelo patrão. Só devemos servir
a Deus e devemos servi-Lo com mais astúcia, audácia, espírito inventivo, sendo
generosos com os bens que nos foram confiados e não avarentos. Tudo nos foi
dado por Deus para todos. O Senhor sente repugnância pelo avarento, mas ama
receber das pessoas generosas que servem a Deus ao servir os seus irmãos.
Meditemos as palavras de São Basílio: “Não és acaso um ladrão, tu que te
apossas das riquezas cuja gestão recebestes? Ao faminto pertence o pão que
guardas; ao homem nu, o manto que mantém guardado; ao descalço, os sapatos que
estão estragando em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondestes.
Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar”.
Nossas igrejas e comunidades estão sempre em julgamento, pois dizer e não fazer
é uma impostura e com ela continuaremos a “diminuir medidas, aumentar pesos,
adulterar balanças, maltratar os humildes e causar a prostração dos pobres da
terra”. Como pregava Dom Irineu Danelon, SDB: “enquanto houver um pobre pedindo
esmola na porta da Igreja, a missa foi mal rezada”.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Jesus sem teto, 2013, escultura em bronze
de Timothy Schmalz, Canadá.
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