A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de
dois gumes (Hb 4, 12).
XXIII Domingo do Tempo Comum
Sb 9, 13-19 Fm
9-10.12-17 Lc 14, 25-33
ESCUTAR
“Qual é o
homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Ou quem pode imaginar o desígnio
do Senhor” (Sb 9, 13).
“Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o
como se fosse a mim mesmo” (Fm 9,17).
“Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim
não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 27).
MEDITAR
“Deixamos pouco espaço para que esse poema que é Jesus
Cristo se organize em nós e se torne verdadeiramente o canto de nossa vida”.
(Maurice Zundel)
ORAR
As igrejas
se exaurem cada vez mais pela quantidade de pessoas que alardeiam, com uma
segurança assombrosa, conhecer a “vontade de Deus”. E a “vontade de Deus”
sempre está de acordo com seus interesses, caprichos e atos duvidosos. Os
dogmatismos mais vergonhosos celebram triunfos inenarráveis pelas suas
intolerâncias e discriminações. O Papa Francisco denuncia que “a incoerência
dos fiéis e dos pastores entre aquilo que dizem e o que fazem, entre a palavra
e a maneira de viver mina a credibilidade da Igreja” (A Igreja da Misericórdia). Urge suplicar ao Senhor que nos envie sabedoria.
Jesus ensina no seu evangelho uma sabedoria que vai contra a corrente. Nenhuma
decisão pode ser tomada às pressas e, num momento de euforia, é preciso ter uma
disposição para enfrentar o cansaço, uma aceitação da cruz e uma determinação
de ir até as últimas consequências. Jesus não legitima nenhuma comodidade. Ele
propõe uma reviravolta na escala de valores: a renúncia de todos os bens, a
disponibilidade para entrar na lógica louca do amor, da doação, no abandono dos
cálculos egoístas e das reservas ditadas pelo desejo de “administrar”
prudentemente a própria vida. A decisão fundamental de seguir a Cristo exclui
as meias medidas, as cômodas desculpas e os caprichos pessoais. Jesus testemunha
que a única eleição equivocada é a neutralidade, o único compromisso
imperdoável é não se comprometer e a única posição intolerável é a indiferença.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Jesus carregando sua cruz, Michel Ciry, 2006(?), óleo
sobre tela, Museu Michel Ciry, Varengeville-sur-Mer, Normandia, França.
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