Os transbordamentos de amor acontecem
sobretudo nas encruzilhadas da vida, em momentos de abertura, fragilidade e
humildade, quando o oceano do amor de Deus arrebenta os diques da nossa
autossuficiência e permite, assim, uma nova imaginação do possível (Papa
Francisco).
São Pedro e São Paulo 04.07.2021
At
12, 1-11 2 Tm 4, 6-8.17-18 Mt 16, 13-19
ESCUTAR
O rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João (At 12, 1-2).
Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida (2 Tm 4, 6).
“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15).
MEDITAR
Terá o cristão receio de sujar as mãos, ao participar na promoção do homem? Ao condenar o compromisso nas ciências humanas, na economia e na política, o pietismo torna-se perigoso. Aceitar a vontade de Deus não consiste apenas em dizer “Senhor, Senhor”, mas, sim, em tomar parte, corajosamente, no bem comum.
(Roger Schütz, 1915-2005, Suíça)
ORAR
Pedro acabara de fazer uma bela
profissão de fé a Jesus: “Tu és o messias”. O evangelho de Mateus
acrescenta também: “Tu és o messias, o Filho do Deus vivo”. E Jesus
felicita Pedro lhe dizendo: Bravo! É meu Pai que te revelou isso! Pedro está à
escuta de Deus no mais profundo de seu coração. Mas logo depois, Jesus define
que tipo de messias ele será: não um messias glorioso e triunfador sobre a
terra (era a imagem que se fazia habitualmente do messias), mas um messias
rejeitado pelas autoridades, que será condenado à morte e que dará sua vida
para a salvação do mundo. Nesse caso, Pedro não está mais de pleno acordo: “Não,
Senhor, isso não acontecerá contigo!”. E Jesus lhe responde: “Para trás!
Afasta-te de mim; não são os pensamentos de Deus que te inspiram agora, mas os
de Satã”. Pedro era capaz do melhor em sua profissão de fé, mas um instante
depois, ele é capaz do pior diante do sofrimento e da cruz. Creio que todos
somos um pouco assim: há dias em que nos sentimos capazes de todas as devoções,
em que nossa vida nos parece como uma montanha luminosa em direção ao Senhor...
Nos sentimos capazes do melhor. E em outros dias, não somos mais bons em nada,
nenhum gosto mais para a oração, o menor esforço nos causa medo e estamos
prestes a deixar tudo cair. Somos capazes do pior. Conclusão: não fiquemos
orgulhosos quando nos sentimos capazes do melhor! Não nos acovardemos quando a
cruz nos causa medo, quando nos sentimos capazes do pior... Não nos
desesperemos jamais! Os maiores santos passaram por períodos de desordem e de
mediocridade; há sempre em todo homem sementes de santidade que estão prestes a
brotar, graças a Deus.... Mesmo, às vezes, quando tocamos o fundo do pecado é
que percebemos que podemos também chegar a tocar o ápice da luz e da santidade.
Temos todos necessidade uns dos outros: tenho necessidade de vocês, da amizade
de vocês, da oração de vocês, como vocês têm necessidade de mim, sobretudo
diante da cruz. O Senhor conta com cada um de nós, como contava com Pedro
malgrado suas faltas; ele não nos larga. Ele nos ajuda a compreender que a
verdadeira fé não é simplesmente fazer belas declarações, mas ela é um processo
de amor: “É por meus atos (quer dizer, por minha própria perseverança
quando tudo está difícil) que mostrarei minha fé”.
(Bernard Prévost, 1913-?, França)
CONTEMPLAR
Dois Amigos, 1954, do ensaio “Crianças das Ruas” para a revista Picture Post, Thurston Hopkins (1913-2014), Londres, Reino Unido.
Adoro tudo o que vem de vocês! É tudo tão bonito, profundo, verdadeiro, tocante!
ResponderExcluirAbraços fraternos.