quinta-feira, 1 de julho de 2021

O Caminho da Beleza 33 - São Pedro e São Paulo

Os transbordamentos de amor acontecem sobretudo nas encruzilhadas da vida, em momentos de abertura, fragilidade e humildade, quando o oceano do amor de Deus arrebenta os diques da nossa autossuficiência e permite, assim, uma nova imaginação do possível (Papa Francisco).

São Pedro e São Paulo             04.07.2021

At 12, 1-11                2 Tm 4, 6-8.17-18            Mt 16, 13-19

 

ESCUTAR

O rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja para torturá-los. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João (At 12, 1-2).

Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida (2 Tm 4, 6).

“E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15).

 

MEDITAR

Terá o cristão receio de sujar as mãos, ao participar na promoção do homem? Ao condenar o compromisso nas ciências humanas, na economia e na política, o pietismo torna-se perigoso. Aceitar a vontade de Deus não consiste apenas em dizer “Senhor, Senhor”, mas, sim, em tomar parte, corajosamente, no bem comum.

(Roger Schütz, 1915-2005, Suíça)

 

ORAR

       Pedro acabara de fazer uma bela profissão de fé a Jesus: “Tu és o messias”. O evangelho de Mateus acrescenta também: “Tu és o messias, o Filho do Deus vivo”. E Jesus felicita Pedro lhe dizendo: Bravo! É meu Pai que te revelou isso! Pedro está à escuta de Deus no mais profundo de seu coração. Mas logo depois, Jesus define que tipo de messias ele será: não um messias glorioso e triunfador sobre a terra (era a imagem que se fazia habitualmente do messias), mas um messias rejeitado pelas autoridades, que será condenado à morte e que dará sua vida para a salvação do mundo. Nesse caso, Pedro não está mais de pleno acordo: “Não, Senhor, isso não acontecerá contigo!”. E Jesus lhe responde: “Para trás! Afasta-te de mim; não são os pensamentos de Deus que te inspiram agora, mas os de Satã”. Pedro era capaz do melhor em sua profissão de fé, mas um instante depois, ele é capaz do pior diante do sofrimento e da cruz. Creio que todos somos um pouco assim: há dias em que nos sentimos capazes de todas as devoções, em que nossa vida nos parece como uma montanha luminosa em direção ao Senhor... Nos sentimos capazes do melhor. E em outros dias, não somos mais bons em nada, nenhum gosto mais para a oração, o menor esforço nos causa medo e estamos prestes a deixar tudo cair. Somos capazes do pior. Conclusão: não fiquemos orgulhosos quando nos sentimos capazes do melhor! Não nos acovardemos quando a cruz nos causa medo, quando nos sentimos capazes do pior... Não nos desesperemos jamais! Os maiores santos passaram por períodos de desordem e de mediocridade; há sempre em todo homem sementes de santidade que estão prestes a brotar, graças a Deus.... Mesmo, às vezes, quando tocamos o fundo do pecado é que percebemos que podemos também chegar a tocar o ápice da luz e da santidade. Temos todos necessidade uns dos outros: tenho necessidade de vocês, da amizade de vocês, da oração de vocês, como vocês têm necessidade de mim, sobretudo diante da cruz. O Senhor conta com cada um de nós, como contava com Pedro malgrado suas faltas; ele não nos larga. Ele nos ajuda a compreender que a verdadeira fé não é simplesmente fazer belas declarações, mas ela é um processo de amor: “É por meus atos (quer dizer, por minha própria perseverança quando tudo está difícil) que mostrarei minha fé”.

(Bernard Prévost, 1913-?, França)

 

CONTEMPLAR

Dois Amigos, 1954, do ensaio “Crianças das Ruas” para a revista Picture Post, Thurston Hopkins (1913-2014), Londres, Reino Unido.




Um comentário:

  1. Adoro tudo o que vem de vocês! É tudo tão bonito, profundo, verdadeiro, tocante!
    Abraços fraternos.

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