segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O Caminho da Beleza 53 - Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).


Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo                 22.11.2020

Ez 34, 11-12.15-17            1 Cor 15, 20-26.28                       Mt 25, 31-46

 

ESCUTAR

“Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente” (Ez 34, 16).

 O último inimigo a ser destruído é a morte (1 Cor 15, 26).

 “Eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa (Mt 25, 25).

 

MEDITAR

 Aí vem o Cristo na sua túnica inconsútil,

Conhece a multidão brandindo palmas.

Sob o dossel de palmas e magnólias

O Príncipe da Paz abençoa.

É o mais perfeito dos filhos do céu e da terra,

O ente absoluto, pai e mestre,

Gerado em graça desde toda a eternidade,

Que se encarnou para matar a morte

E atirar no tanque de fogo o lado feio da criação...

 

É ao mesmo tempo o homem contemporâneo,

Que se senta à nossa mesa, rompe o pão e bebe o vinho,

Conversa com as mulheres da vida

E muda pelo avesso os pecadores...

 

“Louvai-o, terra dos vivos,

Plantas respirando, gado e peixes,

Bichos da sombra, formas semoventes,

Louvai aquele que nos mantém com seu braço,

O Deus que divide o ar

E dá sua parte a cada um

O Deus manifestado aos nossos ancestrais

E a todos os homens antigos desde o dilúvio.

Louvai ao que justiça o oprimido

E liberta o encarcerado...

 

Todo o ser que respira louve a Deus”.

 (Murilo Mendes, 1901-1975, Brasil)

 

 

ORAR

      Deus não chegou ao extremo de entregar seu próprio Filho? E tu, não podes dar o teu pão ao mesmo que se entregou por ti e se fez matar? O Pai, por causa de ti, não o poupou. E tu o deixas, com indiferença, morrer de fome, embora não fizesses senão tirar dos seus próprios bens, dando em teu próprio interesse! Ele se entregou por ti, ele vagueia por causa de ti, mendigando. O que lhe dás, para ajudá-lo, tiras dos seus próprios bens, e mesmo assim não lhe dás nada! Pois, não bastou a ele assumir a cruz e a morte; quis conhecer também a pobreza e o exílio, ser errante e nu, lançado no cárcere, impotente, para poder assim te lançar o teu apelo. “Se não queres me dar outro tanto, pelo que sofre por ti, tem piedade de mim por causa da minha miséria, deixa-te dobrar por minha fraqueza e por minha prisão. Se não queres render-te mesmo a isto, rende-te ao meu modesto pedido: não peço nada que te custe; somente pão, teto, algumas palavras de consolação; se continuas intratável, ao menos te tornem melhor o pensamento do Reino, as recompensas prometidas: se nada disto te comove, ao menos por instinto natural se abra o teu coração, à vista da minha nudez, da minha prisão, da minha fome hoje. Conheci a sede quando estava na cruz, e continuo a experimentá-la através dos pobres, a fim de te atrair a mim. Assim, tendo-te ligado a mim por inumeráveis benefícios, peço-te que me retribuas, não como um devedor, pois eu te quero coroar como a um benfeitor, e em troca desses pobres dons, eu te darei o Reino. Se eu estiver na prisão, eu não te forço a me tirar de lá pela violência. Só te peço uma coisa: ver que estou preso por causa de ti. Eu poderia te coroar sem nada disto; mas eu quero ser teu devedor, a fim de que a coroa te traga confiança. É por isto que erro como um mendigo: bato à tua porta, com a mão estendida, a fim de ser alimentado por ti: eu te amo tanto! É por isto que desejo estar à tua mesa, como entre amigos; e eu me glorio disto, e o proclamo à face do mundo, e a todo o universo eu me apresento como alguém a quem tu alimentas”.

 (João Crisóstomo, c. 347-407, Antioquia)

 

CONTEMPLAR

 S. Título, 1990, hospital psiquiátrico de Sichuan, China, da série “As Pessoas Esquecidas: a condição dos pacientes psiquiátricos chineses, 1989-1990”, Lu Nan (1962-), Magnum Photos, Beijing, China.




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