segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O Caminho da Beleza 01 - I Domingo do Advento

                                                Mantinha-se firme, como se visse o Invisível! (Hb 11, 27)


I Domingo do Advento             29.11.2020

Is 63, 16-17.19;64, 2-7               1 Cor 1, 3-9             Mc 13, 33-37

 

ESCUTAR

 Senhor, tu és nosso pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? (Is 63, 16-17).

 Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós (1 Cor 1, 5-6).

 “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento” (Mc 13, 33).

 

MEDITAR

 Evangelho de Deus porque toda palavra de vida supera aquele que a profere e aquele que a ouve e nada garante de antemão que vá fazer deles “viventes falantes”. Evangelho de liberdade porque tal palavra só pode vir do fundo do coração humano para manifestar a sua perfeita concordância consigo mesma e porque nada pode revelar a liberdade de Deus a não ser essa liberdade humana.

 (Christoph Theobald, 1946-, Alemanha)

 

ORAR

    É o tempo do Advento que começa, quer dizer o tempo da espera da vinda do Senhor na glória. Não é um tempo de preparação para a festa de Natal, mas de preparação para o acontecimento que o próprio Jesus indicou a seus discípulos como o acontecimento definitivo, acontecimento no qual a justiça será definitivamente instaurada e em que se cumprirá o reino dos céus que ele anunciou. O brado da Igreja no decorrer desse tempo é o da Esposa que, com o Espírito, faz esta invocação: “Vem, Senhor Jesus! Maranà tha!” (Ap 22, 17.20; 1 Cor 16, 22). Os cristãos ainda estão em espera, mesmo se o ar que respiram hoje mostre uma profunda incapacidade para esperar: eles sabem, contudo, que a espera do Senhor é a única espera importante, decisiva, e eles acreditam firmemente nessas palavras sobre a vinda do Filho do homem (cf. Mc 13, 26-32). Muitos, com efeito, numa cegueira autossuficiente, não pensam e nem acreditam em julgamento, num dia em que ocorrerá o cumprimento da justiça e da verdade para todos os que na história foram oprimidos e afligidos, para todas as vítimas e os sem voz. E eis, todavia, a chegada desse dia, e ele é o da boa nova, é o do Evangelho! A vinda do Senhor não nega a história, ela não condena essa humanidade, mas quer transfigurar esse mundo, quer resgatar a história. Não é mais possível viver como adormecidos, num triste sonambulismo espiritual; é preciso, ao contrário, de atenção ou antes da vigilância como uma tensão interior por toda a vida até a meta: o encontro com o Senhor que vem. Eis porque na breve parábola de Jesus é dito que é o tempo em que o Senhor partiu em viagem, deixando a cada um a sua própria tarefa e ao porteiro o dever de vigiar. Quando ele retornará? À tarde ou à meia-noite, ao canto do galo ou pela manhã? Qualquer que seja a hora em que ele vem, o Senhor quer ser acolhido; é por isso que é preciso vigiar, mas é muito difícil e o Senhor o sabe bem. Não esqueçamos que essas palavras foram dirigidas aos discípulos, mas que eles justamente na hora da crise, na hora da paixão de seu próprio mestre e profeta, dormiam na chegada da noite enquanto Jesus vigiava (cf. Mc 14, 32-42); depois todos eles fugiram durante a noite deixando Jesus só (cf. Mc 14, 50), e ao canto do galo Pedro negou Jesus (cf. Mc 14, 66-72). E, no entanto, Jesus teve misericórdia de todos eles... Vigiemos, portanto, e fiquemos atentos, lembrando-nos das palavras de Ignace Silone que respondia, a qualquer um que lhe perguntasse por que ele não se tornava cristão: “Porque que me parece que os cristãos não esperam nada!”

(Enzo Bianchi, 1943-, Itália)

 

CONTEMPLAR

 Um mundo cheio de indiferença, 2016, Metro de Moscou, Cu Vântul/Voubus, Social Issues Photography Contest, Bulgária.




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