A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Pentecostes 31.05.2020
At 2, 1-11 1
Cor 12, 3-7.12-13 Jo 20, 19-23
ESCUTAR
Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito os inspirava (At 2, 4).
A cada um
é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1 Cor 12, 7).
Soprou
sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20, 22).
MEDITAR
Senhor
Jesus, que teu Espírito me ajude a não ficar fechado sobre mim mesmo ou sobre
interesses pessoais; que ele me leve a me abrir aos outros, a escutá-los, a
compreendê-los; que ele me leve a me abrir “àqueles que estão longe” e a
discernir todas as ocasiões para encontrá-los. Senhor Jesus, envie-me teu
Espírito de luz e de fogo. Que ele faça de mim um apaixonado por teu Evangelho
e um apaixonado por teu Reino, como tu és apaixonado por teu Pai. Senhor Jesus,
envie teu Espírito a tua Igreja, para que ela se torne a Igreja serva e pobre
evocada pelo Vaticano II.
(Bernard
Prévost, 1913-, França)
ORAR
Quando a lua se reflete na
água, ela não se molha. Quando o sol se reflete na água, ele não se apaga.
Rumi: “um raio de sol entrando pela fenda de um respiradouro e irradiando de
luz uma multidão de grãos de poeira que continuam a dançar girando sobre eles
mesmos em pinceladas de luz que os transformam em mil pequenos sóis arrancados
à sombra da caverna. Acontece assim com a luz de Deus: a grande luz cede o
lugar para deixar inteiramente livre a dança desses pequenos grãos girando
iluminados por ela e transformados em mil pequenos sóis”. Os símbolos do espírito
são elementos em movimento. Chega um momento em que é o homem por inteiro que
deve se colocar em movimento, que deve entrar como símbolo vivo do Espírito, à
maneira de Maria partindo depressa para a primeira Visitação da Igreja. O
Espírito nos coloca em movimento em direção ao outro e nos arrebata pelo Filho
em direção ao Pai. Uma celebração da Vida em construção na harmonia invisível
da criação e na sinfonia necessária dos seres e das coisas. A possessão do
Espírito a partir do Pai, gerando a kénose do Pai pelo Filho. O Pai que
doa o Espírito ao Cristo “sem medida”. O sacrifício de Jerusalém, um sacrifício
de pneumatização, de VIVIFICAÇÃO (e não de mortificação!). Ele oferece a
humanidade a seu Pai para que este a vivifique no Espírito Santo. A Igreja, em
um momento de sua história, se fechou no temor da vida e da liberdade pessoal,
como uma máquina por demais ritualista no Oriente e por demais jurídica no
Ocidente. E as tempestades do Espírito sopraram sobre a periferia da Igreja, e
às vezes contra ela, como uma imensa exigência de vida criadora de justiça, de
comunhão e de beleza. Quando se tem o Santo Espírito, o coração se dilata,
banha-se de amor divino. O peixe não se queixa nunca de ter mais água... (Cura
d’Ars). Descobrir em tudo a respiração do Espírito (Paulino de Nola). O
Espírito Santo é o Revelador de Deus. Em Pentecostes, ele se fixa de alguma
maneira no Revelado. Desde então, o homem habitado no Espírito pode tornar-se
Revelador. O Espírito é missionário porque cada um tem uma capacidade
reveladora e isso lhe é dado pelo Espírito. É tão verdadeiro que sem os
apóstolos, o Cristo não teria tido forma de existência. Eles são reveladores
porque nos transmitiram como testemunhas, por seus seres que estão
identificados com Aquele do qual deram testemunho. Nossa Igreja é a Igreja do
Espírito Santo. Do Espírito Santo também se pode dizer: “cada um tem sua parte
e todos têm tudo, pois sua generosidade é inesgotável” (João Paulo II). “Ó fogo
cuja vinda é palavra, cujo silêncio é luz” (Santo Efrém). O Espírito está em
casa e ainda mais em nós do que nunca.
(Christian
de Chergé, 1937-1996, França)
CONTEMPLAR
S. Título, 2016,
Alessandra Tarantino (1974-), Associated Press Images, Roma, Itália.
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