segunda-feira, 25 de maio de 2020

O Caminho da Beleza 28 - Pentecostes


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

Pentecostes            31.05.2020
At 2, 1-11                  1 Cor 12, 3-7.12-13           Jo 20, 19-23


ESCUTAR

Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava (At 2, 4).

A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1 Cor 12, 7).

Soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20, 22).


MEDITAR

Senhor Jesus, que teu Espírito me ajude a não ficar fechado sobre mim mesmo ou sobre interesses pessoais; que ele me leve a me abrir aos outros, a escutá-los, a compreendê-los; que ele me leve a me abrir “àqueles que estão longe” e a discernir todas as ocasiões para encontrá-los. Senhor Jesus, envie-me teu Espírito de luz e de fogo. Que ele faça de mim um apaixonado por teu Evangelho e um apaixonado por teu Reino, como tu és apaixonado por teu Pai. Senhor Jesus, envie teu Espírito a tua Igreja, para que ela se torne a Igreja serva e pobre evocada pelo Vaticano II.

(Bernard Prévost, 1913-, França)


ORAR

     Quando a lua se reflete na água, ela não se molha. Quando o sol se reflete na água, ele não se apaga. Rumi: “um raio de sol entrando pela fenda de um respiradouro e irradiando de luz uma multidão de grãos de poeira que continuam a dançar girando sobre eles mesmos em pinceladas de luz que os transformam em mil pequenos sóis arrancados à sombra da caverna. Acontece assim com a luz de Deus: a grande luz cede o lugar para deixar inteiramente livre a dança desses pequenos grãos girando iluminados por ela e transformados em mil pequenos sóis”. Os símbolos do espírito são elementos em movimento. Chega um momento em que é o homem por inteiro que deve se colocar em movimento, que deve entrar como símbolo vivo do Espírito, à maneira de Maria partindo depressa para a primeira Visitação da Igreja. O Espírito nos coloca em movimento em direção ao outro e nos arrebata pelo Filho em direção ao Pai. Uma celebração da Vida em construção na harmonia invisível da criação e na sinfonia necessária dos seres e das coisas. A possessão do Espírito a partir do Pai, gerando a kénose do Pai pelo Filho. O Pai que doa o Espírito ao Cristo “sem medida”. O sacrifício de Jerusalém, um sacrifício de pneumatização, de VIVIFICAÇÃO (e não de mortificação!). Ele oferece a humanidade a seu Pai para que este a vivifique no Espírito Santo. A Igreja, em um momento de sua história, se fechou no temor da vida e da liberdade pessoal, como uma máquina por demais ritualista no Oriente e por demais jurídica no Ocidente. E as tempestades do Espírito sopraram sobre a periferia da Igreja, e às vezes contra ela, como uma imensa exigência de vida criadora de justiça, de comunhão e de beleza. Quando se tem o Santo Espírito, o coração se dilata, banha-se de amor divino. O peixe não se queixa nunca de ter mais água... (Cura d’Ars). Descobrir em tudo a respiração do Espírito (Paulino de Nola). O Espírito Santo é o Revelador de Deus. Em Pentecostes, ele se fixa de alguma maneira no Revelado. Desde então, o homem habitado no Espírito pode tornar-se Revelador. O Espírito é missionário porque cada um tem uma capacidade reveladora e isso lhe é dado pelo Espírito. É tão verdadeiro que sem os apóstolos, o Cristo não teria tido forma de existência. Eles são reveladores porque nos transmitiram como testemunhas, por seus seres que estão identificados com Aquele do qual deram testemunho. Nossa Igreja é a Igreja do Espírito Santo. Do Espírito Santo também se pode dizer: “cada um tem sua parte e todos têm tudo, pois sua generosidade é inesgotável” (João Paulo II). “Ó fogo cuja vinda é palavra, cujo silêncio é luz” (Santo Efrém). O Espírito está em casa e ainda mais em nós do que nunca.

(Christian de Chergé, 1937-1996, França)


CONTEMPLAR

S. Título, 2016, Alessandra Tarantino (1974-), Associated Press Images, Roma, Itália.




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