Já não quero dicionários
consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode
inventar. Que resumiria o mundo e o substituiria. Mais sol do que o sol dentro
do qual vivêssemos todos em comunhão, mudos, saboreando-a.
(Carlos Drummond de
Andrade)
III Domingo
do Tempo Comum 27.01.2019
Ne 8,
2-6.8-10 1 Cor 12, 12-30 Lc 1, 1-4;4, 14-21
ESCUTAR
“Este é
um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus. Não fiqueis tristes nem choreis” (Ne
8, 9).
Os
membros do corpo que parecem ser mais fracos são muito mais necessários do que
se pensa (1 Cor 12, 22).
“O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para
anunciar a Boa Nova” (Lc 4, 18).
MEDITAR
Para
muitos homens hoje, a Igreja na sua forma concreta representa mais um empecilho
do que uma ajuda para a fé.
(Cardeal
Walter Kasper, 1933-, Alemanha)
ORAR
Seria muito normal para nós sentir
indignação contra os concidadãos (de Jesus). É, porém, uma indignação a que não
temos direito. Pelo simples motivo de que nós somos tão culpados quanto eles.
Também nós somos vítimas do mesmo equívoco. Também nós conhecemos o Cristo. Mas
somos incapazes de reconhecê-lo. Obstinamo-nos em construir uma imagem
diferente de Deus. E se Deus apresentar-se “diferente” daquela nossa imagem,
nós não o aceitamos. Procuramos Deus “por fora”, enquanto que ele está presente
em nossa vida. Aguçamos os olhos porque o julgamos muito distante. E ao invés,
ele está tão perto, passa ao nosso lado. Imaginamos que ele esteja nas nuvens.
E cruzamos a todo o momento com ele em nosso caminho. Estamos sempre à espera
do milagroso, do extraordinário. E ele usa roupa comum, de todos os dias.
Simples, ao nosso alcance, diria até corriqueiro. Em suma, nossa recusa, é uma
recusa da encarnação. Recusa de ver a Deus que se revela com um rosto de homem.
O verdadeiro perigo, para um cristão, reside precisamente na distração. Em
nossas confissões costumamos acusar-nos de “distrações durante a oração”. E não
pensamos nas distrações durante nossa caminhada. E, todavia, milhares de vezes
passamos pertinho de Cristo e nem percebemos. Não o reconhecemos. Seu erro é de
ter um rosto “conhecido” demais. O rosto do pobre, do menino, do colega, da
cozinheira, do mendigo que dorme embaixo da ponte, do desocupado, do marido, da
esposa, do superior, da mulher que faz a limpeza da casa, do estrangeiro, do
doente, do indivíduo que está em situação difícil, do preso. Nós que conhecemos
aqueles rostos, não sabemos reconhecê-lo. E ele continua a viver no exílio. Em
sua casa.
(Alessandro
Pronzato, 1932-, Itália)
COMTEMPLAR
Dominós. Corredor da Morte, Texas, 1979,
Bruce Jackson (1936-), Nova Iorque, Estados Unidos.
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