quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O Caminho da Beleza 46 - XXVII Domingo do Tempo Comum

XXVII Domingo do Tempo Comum                       02.10.2016
Hab 1,2-3; 2,2-4               2 Tm 1, 6-8. 13-14            Lc 17, 5-10


ESCUTAR

“Quem não é correto vai morrer, mas o justo viverá por sua fé” (Hab 2, 4).

“Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade” (2 Tm 1, 7).

“Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10).


MEDITAR

Sempre afirmo que o cristianismo é um pequeno rebanho, como Jesus diz no Evangelho. Quando a comunidade cristã quer crescer e se transformar em poder temporal, corre o risco de perder a essência religiosa. É isso que temo. (Francisco, Sobre o Céu e a Terra, 2013).

ORAR

Somos mestres da impaciência: “Até quando Senhor? Por quê?”. E buscamos respostas imediatas e apressadas. O profeta é claro: “O justo viverá pela fé”. Uma fé que não se alimenta de seguranças, explicações, mas de esperas intermináveis fruto da paciência, calma e paz que nos leva a resistir ao desalento e à desilusão. Deus nos faz esperar... O evangelista nos fala do servo e não do dono e nos faz saber que a relação com Deus está sob o sinal da gratuidade e não baseada num contrato. Existe uma desproporção entre o número imponente de servos que se consideram necessários e indispensáveis. Estes acreditam que fizeram coisas grandiosas e que todos devem ser informados. São os que se consideram ilustres e sentam nas primeiras cadeiras para serem bajulados. No entanto, é João Batista que nos lembra da atitude verdadeira do serviço: “Nisto consiste minha alegria completa. Ele deve crescer, eu diminuir” (Jo 3, 30). Necessitamos de servos inúteis para que a vinha do Senhor seja cultivada por seu testemunho e não por uma exibição religiosa realizada por empresas sensacionais marcadas pelo ridículo da falta de modéstia. Na Igreja, encontramos os que se empenham em apresentar programas grandiosos e proclamar mudanças determinantes. No entanto, a história é feita pelos servos inúteis. Não devemos nos levar muito a sério, pois o servo do Evangelho não se presta à admiração pública. Prefere, depois de se colocar, silenciosamente, à disposição, conceder-se o raríssimo e precioso prêmio da inutilidade. Como afirmava Elke Maravilha nos tempos de repressão militar: “Não leve a vida muito a sério, pois no final você não ficará mesmo nela”.


CONTEMPLAR

Liberação de Paris, 1944, Robert Doisneau (1912-1994), Montrouge/Paris, França.







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