XXVIII
Domingo do tempo Comum 09.10.2016
2
Rs 5, 14-17 2 Tm 2,
8-13 Lc 17, 11-19
ESCUTAR
“Agora estou
convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!”
(2 Rs 5, 15).
“A palavra
de Deus não está algemada” (2 Tm 2, 9).
“Não houve
quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro” (Lc 17, 18).
MEDITAR
Na fé, o
Cristo não é apenas aquele em que nós cremos – a manifestação maior do amor de
Deus – mas também aquele ao qual nos unimos para poder crer. A fé não olha
apenas em direção a Jesus, mas olha do ponto de vista de Jesus, com seus olhos:
ela é uma participação na sua maneira de ver (Francisco).
ORAR
A falta de gratidão é uma marca do nosso tempo. Sem
vínculos, nos movemos no emaranhado de informações que as redes sociais, quase
anônimas, nos vendem como uma verdade. No entanto, a dinâmica da vida cristã
nos faz reconhecer o dom: ser uma pessoa de fé é dar graças. A ausência de
gratidão responde pela ausência da fé. A fé ignora fronteiras porque a graça
suprime as barreiras, pois a salvação de Deus é para todos os povos. A oração é
possível em qualquer parte do mundo e em qualquer lugar. Cristão não é o que
pede graças ou recebe graças, mas o que dá graças. Eucaristia significa,
literalmente, dar graças e o homem eucarístico é o do reconhecimento. A ação de
graças não se esgota na oração, pois a gratidão mais perfeita se exprime na
alegria de viver e a melhor maneira de dar graças ao Senhor é celebrar a vida
com cantos e festas de alegria. A autoridade de Jesus vinha da sua
surpreendente alegria e, por esta razão, se um irmão ou irmã estiver triste é
nossa responsabilidade ajudá-los a reencontrar a felicidade. Se desejarmos
conhecer a alegria do Evangelho, não devemos querer escapar do sofrimento do
mundo, mas ter a coragem de imergir nele para encontrar a alegria de Deus.
Querer uma alegria sem conhecer a tristeza é viver num mundo de fantasias e de
evasão da realidade. Não temos o direito de receber dons e fugir para
desfrutá-los sozinhos, temendo que nos sejam tirados. A dificuldade de sermos
gratos a Deus nasce do fato de não sabermos ser gratos aos outros. No
evangelho, os dez leprosos viviam juntos, pois a lepra os aproximava sem
distinção. No entanto, a cura os separou definitivamente e o leproso curado, que
deu graças, continuou samaritano. Os outros nove, que eram judeus, ficaram
presos à letra da Lei, encerrados na cômoda certeza de ter cumprido todos os
seus deveres. Eles não encontraram Deus onde Ele se deixou encontrar. Voltaram
para o Templo e para suas obrigações religiosas. O samaritano volta ao lugar
onde recebeu o dom divino da misericórdia, pois a gratidão é a marca de um
homem salvo.
CONTEMPLAR
Sem Título, Milão, 2015(?),
Eolo Perfido (1972 -), Série “Walks”, nascido em Cognac, França.
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