segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Caminho da Beleza 07 - Epifania do Senhor

Epifania do Senhor                   03.01.2016
Is 60, 1-6                 Ef 3, 2-3.5-6                       Mt 2, 1-12


ESCUTAR

Levanta os olhos ao redor e vê, todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços (Is 60, 4).

Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do evangelho (Ef 3, 6).

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2).


MEDITAR

Os ministros do Evangelho devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e mesmo de descer às suas noites, na sua escuridão, sem perder-se. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou “clérigos burocratas” (Francisco, Entrevista a Antonio Spadaro, 2013).


ORAR

A marca da manifestação do amor de Deus, na sua totalidade, está no trecho da carta de Paulo: “os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho”. O evangelista ratifica esta eleição de Deus pelos pagãos, simbolicamente, representados pelos Reis Magos. Deus fala a estes astrólogos pagãos fazendo brilhar uma insólita estrela no meio de suas constelações habituais. Esta palavra lhes aguça os ouvidos e os coloca, confiantes, a caminho, seguindo a estrela. E os poderosos da Jerusalém daquele tempo, acostumados à palavra de Deus, fecham seus ouvidos à palavra da revelação para que nada perturbe o curso habitual das suas dinastias. Os Reis Magos nos ensinam a liberdade absoluta dos que ouvem a palavra de Deus, pois “para ser livres, Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). Estes se põem a caminho, modificam o curso de suas vidas, alteram a ordem dos dias e o desenvolvimento dos seus trabalhos, e disponibilizam o seu tempo. E não é isto que aprendemos a chamar de metanóia, de conversão? E são os convertidos que abrem novos caminhos para as igrejas apesar da sua resistência em aceitá-los. “Paulo, ao chegar em Jerusalém, tentava juntar-se aos discípulos; mas eles o temiam, pois não acreditavam que fosse discípulo” (At 9, 26). São assim as pessoas que Deus ama: os que são habitados pela paixão da verdade, que não se contentam com fórmulas feitas, mas, pagãos ou não, estão em autêntica busca e não temem pagar o preço das suas descobertas e dos seus itinerários. O evangelho nunca será recebido por meio de estradas já percorridas e, muito menos, em seguranças confortáveis. O evangelho só é encontrado por quem está pronto para correr o risco de um êxodo e ir até o fim de uma busca jamais terminada, pois a distância não é nada para quem se põe a caminho, ao passo que a vizinhança não é nada para quem está e é imóvel. Nesta epifania do Senhor, uma coisa deve ser tatuada em nosso coração: “A vida cristã é núpcias na pobreza; a cruz é o leito nupcial!” (Hans Urs von Balthasar).


CONTEMPLAR


India. Kashmir. Srinagar, 1948, Henri Cartier-Bresson (1908-2004), França.



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