Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo 25.12.2015
Is 52, 7-10 Hb 1, 1-6 Jo 1, 1-18
ESCUTAR
Como
são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de
quem anuncia o bem e prega a salvação, e diz a Sião: “Reina teu Deus!” (Is 52,
7).
Muitas
vezes e de muitos modos falou Deus outrora aos nossos pais, pelos profetas;
nestes dias, que são os últimos, ele nos falou por meio do Filho, a quem ele
constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também ele criou o universo.
Este é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser (Hb 1, 1-3).
E
a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14).
MEDITAR
Jesus
Cristo é o rosto da misericórdia do Pai... Na “plenitude do tempo” (Gl 4,4),
quando tudo estava pronto segundo o seu desígnio de salvação, mandou o seu
Filho, nascido da Virgem Maria, para nos revelar, de modo definitivo, o seu
amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14,9). Com a sua palavra, os seus gestos e
toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus (Francisco, Misericordiae Vultus).
ORAR
Neste dia de Natal, comemoramos e damos graças
porque Deus pronunciou a sua última palavra e este Menino na manjedoura é “a
expressão do seu ser (...) o que faz dos ventos os seus anjos e das chamas de
fogo os seus ministros” (Hb 1, 3.7). O Cristo nasceu para todos e o Natal é o
dia em que o mistério sagrado se tornou santo e especial. Não é somente um dia
a mais na fastidiosa ronda dos dias. Hoje, “a eternidade entra no tempo e o
tempo, santificado, entra na eternidade” (Thomas Merton). Natal se tornou uma
palavra mágica e todos são atingidos por ela: os bons cristãos e os de Boa
Vontade procuram nela o seu gosto especial. É uma festa que a todos pertence,
cristãos ou não. Anunciamos a Boa Nova de que o Deus que estava distante se
tornou próximo neste recém-nascido, filho de Maria e de José. E nesta realidade
tocamos o coração do cristianismo. O Natal é uma Boa Nova porque não estamos
mais sós, não estamos mais condenados a um destino cego subordinado a uma
eterna repetição da usura, do aleatório e da morte. A novidade da mensagem de
Jesus não é a de ter anunciado a ressurreição dos mortos: os judeus já
acreditavam nela; nem ter prometido a vinda do Filho do Homem no último dia: os
judeus já esperavam esta vinda. A novidade da mensagem de Jesus é ter
manifestado para toda a humanidade o nascimento de um novo Deus. Não mais um
Deus distante, mas próximo; não um deus do cosmos, mas um Deus dos vivos e dos
mortos; não um Deus justiceiro e violento, mas um Deus do amor e da paz que
toma o partido dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados e dos pecadores. A
mensagem de Natal é a mensagem de Paz para todos os homens e, por isso, devemos
ser mensageiros da Paz para nossos irmãos e irmãs de todos os cantos da Terra e
de todas as religiões. E o Reino de Deus que vem a cada novo Natal, é um Reino
que acontece e se realiza cada vez que o amor triunfa sobre o ódio; cada vez
que a reconciliação coloca um fim na engrenagem da violência e da banalização
da vida e, sobretudo, cada vez que o desejo da paz é mais forte que a
fatalidade da guerra.
CONTEMPLAR
Mãos, 1978,
Sebastião Salgado (1944-), Brasil.
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