segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O Caminho da Beleza 08 - Batismo do Senhor

Batismo do Senhor                    10.01.2016
Is 42, 1-4.6-7                      At 10, 34-38                       Lc 3, 15-16.21-22


ESCUTAR

“Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma” (IS 42, 1).

“Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34).

Enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba (Lc 3, 21-22).


MEDITAR

Justiça e paz em casa, entre nós. Isto começa em casa e depois se expande por toda a humanidade. Mas nós devemos começar conosco. O Espírito Santo age nos corações, dissipa os fechamentos e as durezas e faz com que nos enterneçamos diante da fragilidade do menino Jesus (Francisco, Angelus, janeiro 2014).



ORAR

A celebração do batismo do Senhor nos exige um compromisso de liberdade que, muitas vezes, foi obscurecido por uma exacerbada religiosidade descomprometida com a prática do Evangelho. Os textos de hoje são absolutamente explícitos. O julgamento misericordioso das nações será vingado pelo servo eleito, amado e dileto. “Não clama nem levanta a voz (...) Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra”. Para que não reste nenhuma dúvida, o profeta declara que a prática da justiça será abrir os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão e livrar do cárcere os que vivem nas trevas. O livro de Atos nos assegura e alerta que “Deus não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença”. O evangelista nos desvela que o batismo de Jesus não foi nada de extraordinário. “Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo”. Jesus pelo seu batismo no Jordão se solidariza com os pecadores que buscam a conversão. E pelo seu batismo na Cruz extingue, pelo corpo entregue e sangue derramado, toda a miséria do desamor cristalizada no pecado do mundo. Tudo o que acontece entre o seu batismo e a sua morte na cruz testemunha, com toda a sua visibilidade, o amar de Jesus. Nele, cumpriu-se o profeta Isaías: “Eis o meu servo, eu o recebo; eis o meu eleito, nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações (Is 42, 1). O Senhor inverte a realidade política: quem recebe o poder do julgamento de Deus é um Servo. Como Jesus, o Cristo, somos ungidos pelo batismo para corrermos riscos e não para nos aninharmos numa vida medíocre e fútil que nos aliena do mundo e nos encerra em redomas de auto satisfação religiosa. A exigência de uma conversão permanente é, provavelmente, mais difícil para nós, cristãos, tantas vezes orgulhosos das nossas certezas e seguranças, do que para os outros. Talvez esteja mais perto de uma metanoia “quem não aceita uivar com os lobos, nem zurrar com os asnos” (provérbio africano). Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!


CONTEMPLAR


Chiapas, México, 1994, Paul Fusco (1930-), Estados Unidos.



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