Batismo do Senhor 10.01.2016
Is 42, 1-4.6-7 At 10, 34-38 Lc 3, 15-16.21-22
ESCUTAR
“Eis
o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma” (IS
42, 1).
“Deus
não faz distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e
pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença” (At 10, 34).
Enquanto
rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível,
como pomba (Lc 3, 21-22).
MEDITAR
Justiça
e paz em casa, entre nós. Isto começa em casa e depois se expande por toda a
humanidade. Mas nós devemos começar conosco. O Espírito Santo age nos corações,
dissipa os fechamentos e as durezas e faz com que nos enterneçamos diante da
fragilidade do menino Jesus (Francisco, Angelus,
janeiro 2014).
ORAR
A celebração do batismo do Senhor nos
exige um compromisso de liberdade
que, muitas vezes, foi obscurecido por uma exacerbada religiosidade
descomprometida com a prática do Evangelho. Os textos de hoje são absolutamente
explícitos. O julgamento misericordioso das nações será vingado pelo servo
eleito, amado e dileto. “Não clama nem
levanta a voz (...) Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda
fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se
deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra”. Para que
não reste nenhuma dúvida, o profeta declara que a prática da justiça será abrir os olhos dos cegos, tirar os cativos da
prisão e livrar do cárcere os que vivem nas trevas. O livro de Atos nos
assegura e alerta que “Deus não faz
distinção entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a
justiça, qualquer que seja a nação a que pertença”. O evangelista nos
desvela que o batismo de Jesus não foi nada de extraordinário. “Quando todo
o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo”. Jesus
pelo seu batismo no Jordão se solidariza
com os pecadores que buscam a conversão. E pelo seu batismo na Cruz extingue, pelo corpo entregue e sangue
derramado, toda a miséria do desamor cristalizada no pecado do mundo. Tudo o que acontece entre o seu batismo e a sua
morte na cruz testemunha, com toda a sua visibilidade, o amar de Jesus. Nele, cumpriu-se o profeta Isaías: “Eis o meu servo, eu o recebo; eis o meu
eleito, nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o
julgamento das nações (Is 42, 1). O Senhor inverte a realidade política:
quem recebe o poder do julgamento de Deus é um Servo. Como Jesus, o Cristo, somos ungidos pelo batismo para corrermos riscos e não para nos
aninharmos numa vida medíocre e fútil que nos aliena do mundo e nos encerra em
redomas de auto satisfação religiosa. A exigência de uma conversão permanente
é, provavelmente, mais difícil para nós, cristãos, tantas vezes orgulhosos das
nossas certezas e seguranças, do que para os outros. Talvez esteja mais perto
de uma metanoia “quem não aceita
uivar com os lobos, nem zurrar com os asnos” (provérbio africano). Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça!
CONTEMPLAR
Chiapas, México, 1994, Paul Fusco (1930-), Estados
Unidos.
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