quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

O Caminho da Beleza 12 - V Domingo do Tempo Comum

Como se visse o Invisível, mantinha-se firme (Hb 11, 27).

V Domingo do Tempo Comum        

Is 6, 1-8                    1 Cor 15, 1-11                     Lc 5, 1-11


ESCUTAR

Ouvi, então a voz do Senhor que dizia: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” Eu respondi: “Aqui estou! Envia-me” (Is 6, 8).

Por último, apareceu também a mim, que sou como um aborto. Pois eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, pois eu persegui a Igreja de Deus (1 Cor 15, 8-9).

“Não tenhas medo! De agora em diante tu serás pescador de homens!” (Lc 5, 10).

 

MEDITAR

Senhor, ensina-me a te descobrir sem cessar e seja a respiração de minha vida. Meu céu interior, meu sol escondido, minha ternura e que eu possa, por tua graça, refletir tua face a todos os meus irmãos.

(Maurice Zundel)

Ir na contracorrente: isso faz bem ao coração, mas nos falta coragem para ir na contracorrente e Ele nos dá essa coragem! Não há dificuldades, provas, incompreensões que devam nos amedrontar se ficarmos unidos a Deus como os ramos são unidos à vinha, se não perdermos a amizade com Ele, se sempre Lhe abrirmos, cada vez mais, lugar em nossas vidas.

 (Papa Francisco)

 

ORAR

O profeta ensina que a cada nova manhã devemos nos apresentar diante do Senhor não para conseguir a previsão do futuro, mas para recebermos o que nos foi consignado para este dia. O Senhor, imprevisível em suas decisões ao chamar alguém, é também imprevisível ao delegar tarefas cotidianas. Ele sempre nos surpreende com os pedidos mais audaciosos que sempre nos incomodam, pois sua palavra nunca é tranquilizadora. O Senhor nunca nos pedirá bagatelas, mas o que nos compromete para que não faltemos com os compromissos decisivos da vida. O evangelho de hoje revela que quando as palavras da nossa experiência se esgotam e ficamos desiludidos, ouviremos a Sua voz imperiosa: “Avança para águas mais profundas  e lançai vossas redes para a pesca”. Não somos chamados a ficar estacionados no raso da praia lamentando o eterno movimento dos barcos, mas a arriscarmos, largamente, confiantes na Palavra do Senhor que sempre nos recompensará abundantemente. O milagre da vida está em, apesar das aparências e do derrotismo, confiar na Palavra que vira tudo do avesso. Nos três relatos da vocação aquele que é chamado descobre a própria insuficiência e miséria. Isaías exclama: “Ai de mim, estou perdido. Sou um homem de lábios impuros”; Paulo se reconhece como uma espécie de aborto e Pedro suplica: “Afasta-te de mim, porque sou um pecador”. O Senhor quando envia alguém não faz nenhum exame das suas virtudes, mas reconhece e agradece a sua disponibilidade. A Palavra de Deus não age em nosso lugar, não consola as nossas frustrações e nem melhora, num passe de mágica, a nossa situação. Ela sempre nos desinstala e nos coloca a caminho. Somos chamados para viver, avançar nas ondas e nas tempestades do mundo e sempre recomeçar a pesca. O discipulado deve aprender a viver na insegurança de quem “nada tem, mas possui tudo”. Não podemos fincar os pés nas areias para que a espuma do mar os lave, mas arriscar a vida pelos outros e, por esta razão, Jesus invoca: “Vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14). Ele nos desvela que o único porto seguro em que devemos ancorar nossas vidas é o amor fraterno construído e conquistado na travessia dos nossos barcos. Estejamos sempre atentos e em posição de sentinelas para que em todo momento e em cada novo chamado possamos responder: “Aqui estou, envia-me!”.

(Manos da Terna Solidão/ Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Conversão de Paulo, 2004, Fiona Worcester, 35 cm x 35 cm, óleo e têmpera sobre madeira com gesso, Londres, Reino Unido.




 

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