A Palavra se fez carne e armou sua tenda
entre nós (Jo 1, 14).
III Domingo do Advento
Is 61, 1-2a.10-11 1
Ts 5, 16-24 Jo 1,
6-8.19-28
ESCUTAR
O Espírito do
Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a
boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os
cativos e a liberdade para os que estão presos, para proclamar o tempo da graça
do Senhor (Is 62, 1).
Estai sempre
alegres! Rezai sem cessar... Não apagueis o espírito! (1 Ts 5, 16.19).
Veio como
testemunha da luz, de modo que todos cressem por meio dele (Jo 1, 7).
MEDITAR
Não há nada de melhor no mundo do que estas amizades
maravilhosas que Deus desperta e que são como o reflexo da gratuidade e da
generosidade do seu amor.
(Jacques Maritain)
Parti sem o mapa da estrada para descobrir Deus,
sabendo que Ele está no caminho e não no fim desta mesma estrada.
(Madeleine Delbrêl)
ORAR
João nos inquieta com a frase: “Entre vós está alguém que vós não
conheceis”. Conhecer é mais que decorar ideias e doutrinas. Conhecer, na
linguagem bíblica, é o encontro de pessoas que expressam uma comunhão íntima.
Conhecer não está vinculado ao saber, mas a uma experiência vital. A pergunta
que devemos fazer é se temos, de fato, alguma coisa a ver com o Cristo. Se
nossas vidas, preferências, ações têm algo a ver com o seu Evangelho. João nos
arranca da acomodação e suas palavras afetam o nosso viver concreto. Se um
profeta não incomoda e não nos coloca em crise, só pode haver duas razões: ou
não é profeta ou somos alérgicos à profecia. Nossas instituições religiosas
temem os profetas porque eles incomodam publicamente. Suas vozes não são
domesticáveis e estão fora do controle. Os que se deixam neutralizar pelo poder
não são profetas, são apenas cortesãos servis. Sempre existiu uma alergia
incurável entre os homens do Livro diante dos homens da Palavra, pois a Palavra
julga a instituição, as estruturas religiosas e seus aparatos de poder. O
verdadeiro profeta é insuportável e, por esta razão, é qualificado de falso
profeta pelos que mantêm o poder religioso e civil. É uma tática desde há muito
conhecida. O profeta é o que grita: “Endireitai o caminho do Senhor”, ao mesmo
tempo em que os chefes asseguram que tudo está em ordem e que nada é preciso
mudar. O profeta é difamado, excomungado, asilado e abandonado. Morre na
infâmia e na suspeita para, pouco depois, ser exaltado e consagrado. Com as
pedras que sobraram do seu apedrejamento, é construído um monumento em sua
honra, pois o seu nome na lápide não incomoda mais. Teremos sempre a
necessidade de uma voz insolente, pois, se ela faltar, o Senhor pode nos
condenar a dormir para sempre e a paz dos nossos corações será a paz dos cemitérios.
Devemos acolher a voz inoportuna do homem de Deus que grita: “Não deixe cair a
profecia” (D. Hélder Câmara).
(Manos da
Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Vá em frente, João, o
Batista,
2008, Jack Baumgartner (1976-), óleo sobre tela, Rose Hill, Kansas, Estados
Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário