quinta-feira, 20 de julho de 2023

O Caminho da Beleza 35 - XVI Domingo do Tempo Comum

Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).

XVI Domingo do Tempo Comum   

Sb 12, 13.16-19                  Rm 8, 26-27                       Mt 13, 24-43

 

ESCUTAR

“A tua força é princípio da tua justiça e o teu domínio sobre todos te faz para com todos indulgente” (Sb 12, 16).

“O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26).

“Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?”  (Mt 13, 27).

 

MEDITAR

É impossível entrar no existir sem levar junto nossa própria sombra. Muitas vezes, na experiência humana, aqueles que não conseguem lidar com sua sombra no final fazem com que aquela mesma sombra se torne sua realidade de posse. Nossa sombra pode consumir nosso existir e, quando isso acontece, tornamo-nos pessoas possuídas, dependentes.

(John S. Spong)

 

ORAR

    O Senhor nos ensina a ser dinâmicos nos tempos de semeadura, tempos de esperançosa paciência. Somos intempestivos e queimamos etapas e nos tornamos impacientes. Plantamos a semente e já esperamos, com uma rede na mão, que ela brote, que a árvore cresça para pendurarmos nela a rede e descansar. O Senhor julga com mansidão, sua política é a misericórdia, sua diplomacia é a compaixão. Ele detém o poder e o utiliza para perdoar a todos. O Senhor, apesar de nossas tolices, sempre nos oferece a possibilidade do arrependimento. Tendemos a buscar Deus no espetacular e no prodigioso, mas o Reino de Deus é sempre um minúsculo e insignificante início: Deus vem a terra como uma semente, um fermento ou um pequeno rebento. Não devemos nos exaltar, nem sermos insolentes, nem cedermos à inquietude e nos deixarmos devorar pela ansiedade. Devemos fluir na vida e não sufocá-la. Jesus é semeador e semente ao mesmo tempo e Ele mesmo se converterá em grão caído na terra para morrer: “Se o grão caído na terra não morrer, ficará só; se morrer, dará muitos frutos” (Jo 12, 24). Sua força irresistível, mas escondida, é a força da vida: para fazer viver, é necessário desaparecer; para fazer fermentar temos que nos perder no meio da massa de pão. Jesus revela que a eficácia é garantida pela pequenez e não pelas estatísticas enganadoras. O grão de mostarda, por ser a menor semente, transformar-se-á em grande árvore. Ele é importante não pela grandeza da árvore que virá a ser, mas porque faz viver os pássaros do céu que nela encontram pouso e acolhida para a sua diversidade. Nada temos a temer, pois é o Espírito de Deus no nosso mais íntimo que intercede por nós em pleno gozo de amor: com gemidos inefáveis. Ele sempre sabe o melhor para nós e sonha com maravilhosas coisas para todos. Nunca é demais lembrar que podemos tornar Deus uma fraude não pelo que fazemos por Ele, mas, sobretudo, pelo que não permitimos que Ele faça por nós.

(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)

 

CONTEMPLAR

Beijo de Judas (Paixão Cinza- 2), detalhe, c. 1494-1500, Hans Holbein (1460-1524), Alemanha.




3 comentários:

  1. Manos sensacional! palavras marcantes que atingem nossa alma. Deus esteja. Pedro.

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  2. Semear, acolher, florescer e frutificar, sem sofreguidão. Escolher para bem colher. E se não der, valeu o testemunho!

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