Peguei da mão do anjo o livrinho e comi-o. Na boca era doce como
mel, mas, quando o engoli, meu estômago tornou-se amargo (Ap 10, 10).
XV Domingo do Tempo Comum
Is 55, 10-11 Rm
8, 18-23 Mt 13, 1-23
ESCUTAR
“Assim a
palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes realizará
tudo o que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao
enviá-la” (Is 55, 11).
“Com efeito,
sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em
dores de parto” (Rm 8, 22).
“Felizes sois
vós porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem” (Mt 13, 16).
MEDITAR
“O grão
amontoado apodrece, espalhado frutifica” (São Domingos de Gusmão).
“O preço do
sofrimento depende da resposta que lhe dá o homem: suportado e aturado, não
chega a produzir senão medíocres e deformados; assumido, é um meio poderoso de
elevação, um apelo a um mais-ser.
Nossa vida profunda só se mantém por um vaivém contínuo do rebaixamento ao
afrontamento” (Emmanuel Mounier).
ORAR
O homem da Palavra deve ser um homem de esperança, pois só se pode semear
na esperança. Somos chamados a semear e não a ceifar. E a semear com
abundância, generosidade, sem cálculos mesquinhos e sem exclusões prejudiciais.
Devemos nos acostumar às pedras e a nos movermos por entre os espinhos. Como
semeadores, não temos o direito de selecionar os terrenos e declarar, de
antemão, quais são os merecedores da semente porque nos oferecem perspectivas
alentadoras. É preciso semear com alegria e não com uma desconfiança estampada
num rosto sombrio. Nunca saberemos qual o terreno fértil, quais as
circunstâncias favoráveis e o tempo justo. Todos nós que formamos a comunidade
eclesial somos terrenos predispostos para acolher a semente da Palavra. Somos
um pouco de tudo: caminho, pedra, espinho e terreno fértil. A Palavra de Deus,
escutada centenas e milhares de vezes, pode não penetrar, não ser
interiorizada, nada remover em profundidade e nem mudar o nosso rosto. Ela
permanecerá inutilizada e intacta pelas recusas que Dela fazemos. Deus espera
uma resposta que não pode ser evasiva e nem dada segundo as nossas preferências.
Somente Deus sabe avaliar o terreno dos corações prontos para a semeadura ou
empedrados pela arrogância e autossuficiência. Não só Deus espera, mas também a
criação “está aguardando a plena manifestação dos filhos de Deus”. Até agora e,
muitas vezes, fomos descuidados, indiferentes e a Criação tem pago as consequências, pois desfiguramos, pela
ganância, a obra maravilhosa saída das mãos de Deus e transformamos a bênção
original numa maldição perpetrada pelos nossos desejos espúrios. A Palavra de
Deus é uma força vital e nós temos a liberdade de acolhê-la ou não.
(Manos da Terna Solidão/Pe. Paulo Botas, mts e Pe. Eduardo Spiller, mts)
CONTEMPLAR
Floresta da Amazônia
derrubada para plantar soja, Mato Grosso, 2015, Paulo Whitaker (1970-), Agência Reuters, Brasil.
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