sábado, 8 de agosto de 2020

Pedro Casaldáliga (1928-2020)

 

Pedro Casaldáliga fez a sua páscoa hoje, 08 de agosto, festa de São Domingos. Ele fez um último pedido: o de ser enterrado perto dos marginalizados a quem sempre defendeu. Em São Félix do Araguaia, no cemitério dos Karajás, à beira do rio, debaixo de um pé de pequi, entre um peão e uma prostituta. Ele sabia, como profeta, que eles e elas nos precedem no Reino de Deus (Mt 21, 31).

 

 

“Ama-me mais, Senhor, para te querer”.

Busca-me mais, para melhor te achar.

Desassossegue-me, por não te buscar.

Desassossegue-me, por te reter.

 

Poda-me mais, para mais te florescer.

Desnuda-me, para não te encobrir.

Ensina-me a acolher, para te esperar.

Olha-me em todos, para em todos te ver.

 

Como te deixar ser só Tu mesmo,

sem te reduzir, sem te manipular?

Como, crendo em Ti, não te proclamar

igual, maior, melhor que o cristianismo?

 

(Pedro Casaldáliga, 1928-2020, Catalunha/Brasil)


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