A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Sagrada Família de Jesus, Maria e José 29.12.2019
Eclo 3, 3-7.14-17 Cl
3, 12-21 Mt 2, 13-15.19-23
ESCUTAR
A
caridade feita a teu pai não será esquecida (Eclo 3, 15).
Sede
agradecidos. Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós (Cl
3, 16).
“Herodes
vai procurar o menino para matá-lo” (Mt 2, 13).
MEDITAR
Ele armou sua tenda entre nós e nos revelou que o
amor não conhece limites nem definições restritivas; ele leva aquele que ama ao
ponto de desistir da própria vida pelo bem dos outros. Ele vai acima e além da
linha do dever. É claro, isto é extravagante e absurdo, mas o Reino de Deus é
para as aventuras da fé. Não é uma recompensa para a mediocridade.
(Manos da
Terna Solidão, 1999-, Brasil)
ORAR
No dia seguinte ao Natal, a Igreja
guarda suas vestes brancas de festa e se veste da cor do sangue. Estevão, o
mártir que segue primeiro o Senhor na morte, e as crianças inocentes,
amamentadas em Belém e Judá, que foram degoladas pelas mãos cruéis dos
carrascos, se reúnem em torno do Menino da manjedoura, formando seu séquito.
Que significa tudo isso? Onde está agora a alegria das armas celestes? Onde
está a felicidade silenciosa da noite santa? Onde está a paz sobre a terra?
“Paz sobre a terra aos homens de boa vontade”: mas nem todos são de boa
vontade. O poder misterioso do mal envolvia o mundo na noite, assim foi preciso
que o Filho do Pai eterno descesse da glória do céu. As trevas cobriam a terra
e ele veio como a luz que brilha nas trevas, e as trevas não o receberam. Aos
que o acolheram, ele trouxe a luz e a paz: a paz com o Pai do céu, a paz com
todos os que são também filhos da luz e filhos do Pai, e a paz profunda do
coração; mas não a paz com os filhos das trevas. A estes, o Príncipe da paz não
traz a paz, mas a espada. Para eles, ele é a pedra de tropeço sobre a qual se
precipitam e que os abate. Eis a grave e dura verdade que não deve atenuar o
charme poético do Menino na manjedoura. O mistério da encarnação e o mistério
do mal estão estreitamente ligados. À luz descida do céu se opõe, ainda mais
escura e lúgubre, a noite do pecado. Os que se ajoelham ao redor da manjedoura
são seus filhos da luz: frágeis inocentes, pastores cheios de fé, reis
humildes, Estevão, o discípulo inspirado, e João, o apóstolo do amor, e todos
que seguiram o chamado do Senhor. Contra eles, na noite inconcebível do
embrutecimento e da cegueira, se colocaram os doutores da Lei que, sabendo em
que tempo e que lugar nasceria o Salvador, não partiram, contudo, para Belém, e
Herodes que queria igualmente matar o senhor da vida. Diante do Menino na
manjedoura, os espíritos se dividem. Ele é o Rei dos reis, o senhor da vida e
da morte. Ele diz: “Siga-me” e quem não está com ele está contra ele. Ele diz isso
a nós também e nos intima a escolher entre a luz e as trevas.
(Santa Edith
Stein, 1891-1942, Polônia)
CONTEMPLAR
A Família
Gritz, s.d., foram encarcerados no gueto de Berezno, Ucrânia/Polônia,
onde foram assassinados pelos alemães e seus colaboradores ucranianos, em
agosto de 1942, Arquivo sobre as vítimas da Shoah, Centro Yad Vashem,
Jerusalém, Israel.
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