A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Is 35, 1-6.10 Tg
5, 7-10 Mt 11, 2-11
ESCUTAR
Dizei às
pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo!” (Is 35, 4).
Ficai
firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima (Tg
5, 8).
“De todos
os homens que nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor
no reino dos céus é maior do que ele” (Mt 11, 11).
MEDITAR
E a morte perderá seu domínio.
Nus, os homens mortos irão confundir-se
com o homem no vento e na lua do poente;
quando, descarnados e limpos, desaparecerem os ossos
hão de nos seus braços e pernas brilhar as estrelas.
Mesmo que se tornem loucos permanecerá o espírito, lúcido;
mesmo que sejam submersos pelo mar, eles hão de ressurgir;
mesmo que os amantes se percam, continuará o amor;
e a morte perderá o seu domínio.
(Dylan
Thomas, 1914-1953, Reino Unido)
ORAR
Nessa oposição que Jesus estabelece
entre a ordem a que pertence ainda João Batista e a ordem nova que Ele
inaugura, há uma distância infinita. Esta distância infinita é justamente que,
em Jesus, Deus se revela não como um poder que esmaga, fulmina, domina e que
faz de nós escravos e súditos, mas Deus se revela como o Amor: Ele não faz
senão amar. Como o Amor, frágil. Como o Amor, desarmado. Se João Batista anuncia
o tempo da cólera, Jesus anuncia o advento da Generosidade e do Amor. Esta é
uma concepção de Deus tão diferente que é preciso escolher inteiramente entre
uma e outra: elas são incompatíveis e Nosso Senhor é tão consciente disso que
Ele não hesita, após ter feito o elogio mais magnífico de João Batista, de
declarar que o menor nesse novo Reino é maior do que ele. O Evangelho coloca
Deus em nossas mãos. É a vida de Deus que nos é confiada porque Deus, desde
agora, através do rosto de Jesus Cristo, não é mais um Deus-faraó, não é mais
um rei, não é mais um dominador, um senhor, não é mais um poder que pode nos
destruir. Não é mais alguém que esperamos nos terrores da morte. É uma Mãe, é
um Coração, é uma Ternura desarmada que nos espera no mais profundo de nós
mesmos, que se entrega em nossas mãos, que se confia ao nosso amor e que só nos
chama para a nossa generosidade... o Deus que crê em nós. Nós queremos,
portanto, a partir dessa oposição que Jesus Cristo estabelece entre João
Batista e Ele mesmo, nós queremos avançar em direção a esse mistério do Natal,
ir ao encontro da Infância divina, para aprender justamente que Deus é um amor
frágil e desarmado, que se confia à nós, que crê em nós, que conta com nossa
generosidade e que nos enobrece com esta confiança infinita que Ele nos faz,
porque mesmo aos olhos daquele que não acredita em Deus há uma finalidade
magnífica, eterna, porque de toda maneira Deus acredita no homem.
(Maurice
Zundel, 1897-1975, Suíça)
CONTEMPLAR
Lá em cima, Índia, Christopher
Comeso, 2019 Sony World Photography Awards, Filipinas.
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