A palavra de
Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
Is 7, 10-14 Rm
1, 1-7 Mt 1, 18-24
ESCUTAR
“Será que
achais pouco incomodar os homens e passais a incomodar até o meu Deus?” (Is 7,
13).
Amados de
Deus e santos por vocação, a graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e de
nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 1, 7).
Maria,
sua mãe, estava prometida em casamento a José, e antes de viverem juntos, ela
ficou grávida pela ação do Espírito Santo (Mt 1, 18).
MEDITAR
Sejais
quem fordes! movimento e reflexo fazem-se especialmente para vós, por vós o
barco divino singra o divino oceano.
Sejais
quem fordes! sois aquele ou aquela para quem a terra é sólida e líquida, sois
aquele ou aquela para quem pendem no céu o sol e a lua, pois ninguém mais do
que vós é o presente e o passado, ninguém mais do que vós é a imortalidade.
(Walt
Whitman, 1819-1892, Estados Unidos)
ORAR
É certo que as realidades
sobrenaturais não podem encontrar na natureza pontos de comparação
satisfatórios. Nós vemos bem, contudo, que é de maneira diferente que o raio
nasce da luz, a semente da vinha e a flor do ramo ou da árvore. O raio nasce da
luz com a mesma natureza dela, sem que se possa dizer que a luz seja o raio,
nem o inverso. É assim que o Filho é do Pai, em identidade de substância, sem
que todavia o Filho seja o Pai nem que o Pai seja o Filho, mas um e outro são
um só e mesmo ser. É por isso que, celebrando a memória deste nascimento de
glória, a Igreja canta: “Ó Oriente, raio da luz eterna”. A semente nasce da
vinha para torná-la fecunda e lhe dar sua completude, mas ela não corta, nem
corrompe e nem fere sua integridade. É assim que na Virgem nasce Deus: ele lhe
confere sua plenitude, sua fecundidade, sua consagração – sem ruptura, sem
violência, sem estigma. É por isso que, comparando à semente do fruto de seu
seio, o Senhor declara pelo profeta: “Eu suscitarei a Davi um rebento legítimo”
(Jr 23, 5). Céus, derramai vosso brilho, e que as nuvens façam chover o Justo!
Terra, abra-te, e que brote o Salvador!”. É uma terra humilde, fértil, firme,
como a bem-aventurada Virgem. E se ela se abre, não é por um alcance material,
mas segundo o Espírito, pela fé. E ela faz “brotar o Salvador”. A flor nasce da
árvore ou do ramo. É assim que, longe de os destruir, ela os completa; sem ruptura,
ela os coroa. É assim que nasceu Deus da Virgem. Sem ruptura, sem dano: “Essa
porta permanecerá fechada. Nunca se abrirá e ninguém entrará por ela”, diz
Ezequiel (44, 2). Ele é sua fecundidade e sua coroa. É por isso que seu
nascimento é comparado ao brotar de uma flor: “Ele fará brotar do tronco de
Jessé uma vara, uma flor subirá de suas raízes” (Is 11, 1). Assim pois, “aquele
que nasceu nela” nasceu antes do seio maternal de Deus seu Pai como o raio da
luz; do seio maternal, ele nasceu da Virgem sua mãe como a semente da vinha; do
seio maternal, enfim, ele nasceu como a flor do ramo, da vara e da árvore. O
terceiro, como o segundo nascimento, nos é ofertado nesse mundo como lenitivo,
o primeiro nos aguarda no céu como recompensa.
(São
Boaventura, 1221-1274, Itália)
CONTEMPLAR
O Rio
Maine, França, 2019, Jim Brandenburg (1945-), Minnesota, Estados
Unidos.
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