A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
II Domingo do Advento 09.12.2018
Br 5, 1-9 Fl 1, 4-6.8-11 Lc
3, 1-6
ESCUTAR
Cobre-te com o manto da justiça que
vem de Deus e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno (Br 5, 2).
E isto peço a Deus: que o vosso amor
cresça sempre mais, em todo conhecimento e experiência, para discernirdes o que
é melhor (Fl 1, 9-10).
“Todo vale será aterrado, toda
montanha e colina serão rebaixadas, as pastagens tortuosas ficarão retas, e os
caminhos acidentados serão aplainados” (Lc 3, 5).
MEDITAR
No momento do ofertório damos um passo para fora de nós
mesmos e este momento nos associa ao dom que o Cristo faz da sua vida, pois
quando se descobre o poder da confiança e do amor, não se pode mais viver
curvado sobre si mesmo: é o momento do despojamento e da pobreza... Nós nos colocamos à disposição de
Deus, com as mãos abertas, prontos a dar [e] a nos entregar sem reservas para
que Deus realize a sua obra por nós, em nós e por meio de nós.
(Pierre Claverie, 1938-1996, Argélia)
ORAR
Tu
és o Outro que nós esperamos... Esse tema proposto para todo este advento pode
nos ajudar, parece-me, a interpretar utilmente as leituras deste domingo. Esse
anseio pelo “Outro esperado” percorre toda a Escritura. Ele se inscreve em
filigrana pela trama de cada uma de nossas vidas marcadas de encontros e de
esperas sucessivas. O outro, inteiramente outro, se oferece a nós como um
companheiro possível na aventura humana, como o amigo atraente, como o irmão do
qual sentimos a ausência, capaz de partilhar conosco o pão e o sal no caminho
da vida. O outro, inteiramente outro, se apresenta também como o estranho em
que a afinidade se configura muitas vezes enganosa; um sedutor conduzido a nós
encontra outro, tal como ele, e assim nos altera profundamente; por vezes mesmo
como um adversário pronto a nos contestar em nossas últimas trincheiras. Assim,
lá onde não há respeito mútuo do que cada um é, um conflito de identidade
ameaça, com o risco de se desfigurar o outro ou de se deixar ser assimilado por
ele, de destruir ou ser destruído. Faríamos rapidamente do cordeiro um lobo e
possivelmente também o inverso! No entanto, na riqueza inaudita de sua criação,
como na diversidade dos homens mesmos, Deus nos preparou bem para acolher a
diferença. Isso se inscreve como um componente incontornável de todo o amor.
Mais ainda quando este amor se exprime e se vive à mesma imagem Daquele do qual
ele emana. Mistério insondável desse Deus Uno e Trino, onde o Espírito faz sem cessar a diferença, de
início entre o Pai e o Filho, depois pouco a pouco, por entre nós de um a outro.
(Père Christian de Chergé, 1937-1996,
Mosteiro de Tibhirine, Argélia)
CONTEMPLAR
Vislumbres de um passado urbano, Alin Ciortea
(1979-), Croácia, in: http://alinciortea.ro/blog/
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