A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
XXI Domingo do Tempo Comum 26.08.2018
Js 24, 1-2.15-18 Ef 5, 21-31 Jo 6, 60-69
ESCUTAR
“Se vos parece mal servir ao Senhor,
escolhei hoje a quem quereis servir” (Js 24, 15).
Irmãos, vós que temeis a Cristo, sede
solícitos uns para com os outros (Ef 5, 21).
“Esta palavra é dura. Quem consegue
escutá-la?” (Jo 6, 60).
MEDITAR
Acostumar-se à Palavra, este
contratempo acontece muito comumente com aqueles que a sustentam. Mas aos que a
sustentam por obrigação, para não dizer já da desgraça que sofrem, há no fundo os
que a sustentam pela graça e pelo fogo interior.
(François Cassingena-Trévedy, 1959,
França)
ORAR
A
pregação de Jesus, em Cafarnaum, provocou crise em cadeia. As multidões se
despedem dele bruscamente, porque interrompeu sem piedade todos seus sonhos de
grandeza temporal. Também no círculo restrito dos discípulos se produzem vazios
preocupantes. “Este modo de falar é duro, quem pode considerá-lo?” Somente
através do Espírito a Palavra se faz vida, se converte em força de
transformação e não de consolidação de posições adquiridas. A “carne” não ajuda
nada. O homem, que se apoia exclusivamente em um nível racional de compreensão,
que se fia unicamente no raciocínio humano, não tem outro remédio a não ser
considerar “duro” o discurso do Cristo, “intolerável” sua pretensão de
oferecer-se como “pão da vida”. Também entre os apóstolos se difunde a
desilusão, o temor, se insinua o desejo da deserção. Mas ele não está
preocupado com a quantidade: “Vós também quereis ir embora?”. Cristo está
disposto a ficar só em vez de pactuar sobre as condições de seu seguimento. Sua
palavra não espera aplausos nem consente com “negociações”. A rendição, o
compromisso deve ser sem condições. Primeiro, deve-se se comprometer com ele,
ou seja, acreditar, para depois compreender. “Não pretendo entender para crer,
mas sim crer para entender”, afirma Santo Anselmo. O empurrão, o passo decisivo
em direção a ele, chega por meio de uma palavra “inaceitável” e não graças a um
raciocínio convincente. Somente uma linguagem “dura”, excessivamente “dura”,
pode forçar nossas resistências, tirar o muro de nossos medos. A palavra de
Deus alcança seu fim, não quando se encontra de acordo (“o pároco... o papa...
pensam como eu”), mas sim quando descubro que Deus não pensa como eu.
(Alessandro Pronzato, 1932, Itália)
CONTEMPLAR
Não me calarei jamais, 2017, Aurélien Morissard (1982-), manifestação de vítimas de violência
sexual, França.
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