terça-feira, 21 de agosto de 2018

O Caminho da Beleza 40 - XXI Domingo do Tempo Comum


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).

XXI Domingo do Tempo Comum                26.08.2018
Js 24, 1-2.15-18                Ef 5, 21-31               Jo 6, 60-69


ESCUTAR

“Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir” (Js 24, 15).

Irmãos, vós que temeis a Cristo, sede solícitos uns para com os outros (Ef 5, 21).

“Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (Jo 6, 60).


MEDITAR

Acostumar-se à Palavra, este contratempo acontece muito comumente com aqueles que a sustentam. Mas aos que a sustentam por obrigação, para não dizer já da desgraça que sofrem, há no fundo os que a sustentam pela graça e pelo fogo interior.

(François Cassingena-Trévedy, 1959, França)


ORAR

            A pregação de Jesus, em Cafarnaum, provocou crise em cadeia. As multidões se despedem dele bruscamente, porque interrompeu sem piedade todos seus sonhos de grandeza temporal. Também no círculo restrito dos discípulos se produzem vazios preocupantes. “Este modo de falar é duro, quem pode considerá-lo?” Somente através do Espírito a Palavra se faz vida, se converte em força de transformação e não de consolidação de posições adquiridas. A “carne” não ajuda nada. O homem, que se apoia exclusivamente em um nível racional de compreensão, que se fia unicamente no raciocínio humano, não tem outro remédio a não ser considerar “duro” o discurso do Cristo, “intolerável” sua pretensão de oferecer-se como “pão da vida”. Também entre os apóstolos se difunde a desilusão, o temor, se insinua o desejo da deserção. Mas ele não está preocupado com a quantidade: “Vós também quereis ir embora?”. Cristo está disposto a ficar só em vez de pactuar sobre as condições de seu seguimento. Sua palavra não espera aplausos nem consente com “negociações”. A rendição, o compromisso deve ser sem condições. Primeiro, deve-se se comprometer com ele, ou seja, acreditar, para depois compreender. “Não pretendo entender para crer, mas sim crer para entender”, afirma Santo Anselmo. O empurrão, o passo decisivo em direção a ele, chega por meio de uma palavra “inaceitável” e não graças a um raciocínio convincente. Somente uma linguagem “dura”, excessivamente “dura”, pode forçar nossas resistências, tirar o muro de nossos medos. A palavra de Deus alcança seu fim, não quando se encontra de acordo (“o pároco... o papa... pensam como eu”), mas sim quando descubro que Deus não pensa como eu.

(Alessandro Pronzato, 1932, Itália)


CONTEMPLAR

Não me calarei jamais, 2017, Aurélien Morissard (1982-), manifestação de vítimas de violência sexual, França.





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