segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O Caminho da Beleza 01 - I Domingo do Advento


A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).


I Domingo do Advento             03.12.2017
Is 63, 16-17.19;64, 2-7               1 Cor 1, 3-9             Mc 13, 33-37


ESCUTAR

Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? (Is 63, 17).

Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós (1 Cor 1, 5).

“Não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 37).


MEDITAR

Deus meu, foi te buscando
Que alguém te encontrou,
Eu, ao contrário, te encontrei fugindo de ti.
Foi mediante a busca que alguém te achou,
Eu descobri que eras tu quem outorga a busca.
Tu mesmo eras o caminho que permite chegar até Ti.
Tu eras o princípio e serás o final.
Tu eras tudo e isso me basta.
Tudo mais é loucura.

Senhor, leve a termo em mim Tua tarefa indizível.

(Abdolah Ansari, 1006-1089)


ORAR

     Tanto na encarnação como na última vinda, o Deus com quem somos chamados a prestar contas é um Deus “surpreendente”. Para viver o hoje da primeira vinda, o cristão é chamado à acolhida. O Deus que rasga os céus e desce não é um Deus “ocasional”, furtivo, episódico, “excepcional”. É o Deus conosco. O Deus que quer estar no meio de nós, no centro de nossa existência, não em suas margens. Sua presença é constante e não está ligada a momentos privilegiados e a lugares especiais. Este “rasgão” permanece. Temos de “suportar” cotidianamente a intromissão do céu nos assuntos da terra... Por outra parte, a acolhida nos obriga a... receber. O Deus “surpreendente” antes de tudo não vem exigir ou reivindicar, mas sim dar... Acolhê-lo não significa preparar um espetáculo colossal, uma recepção grandiosa em sua honra. Mas sim nos apresentar com nossa pobreza, que é essencialmente a disponibilidade para receber... Jesus não nos revela a hora. A espera assume uma dimensão particular: a esperança. E esta se concretiza em uma postura de responsabilidade e de compromisso. Cada um em seu posto e atento ao próprio trabalho: “a cada um sua tarefa”... Um Deus “surpreendente”, que chega “ao entardecer ou a meia-noite, ou ao canto do galo, ou ao amanhecer”, não pode ser anunciado mediante um sinal de alarme. O Deus “surpreendente” deve ser esperado no estupor, com as portas abertas de par em par, com mãos trabalhadoras, olhos livres das travas e coração finalmente curado da dureza (Alessandro Pronzato).


CONTEMPLAR

Uma Ceia de Páscoa na sala de jantar do Kibbutz Kinneret, 1979, Israel, Micha Bar-Am (1930-), Magnum Photos, Berlim, Alemanha.






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