A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
I Domingo do Advento 03.12.2017
Is 63,
16-17.19;64, 2-7 1 Cor 1,
3-9 Mc 13, 33-37
ESCUTAR
Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e
endureceste nossos corações para não termos o teu temor? (Is 63, 17).
Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e
em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre
vós (1 Cor 1, 5).
“Não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre
dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 37).
MEDITAR
Deus meu, foi te buscando
Que alguém te encontrou,
Eu, ao contrário, te encontrei fugindo de ti.
Foi mediante a busca que alguém te achou,
Eu descobri que eras tu quem outorga a busca.
Tu mesmo eras o caminho que permite chegar até Ti.
Tu eras o princípio e serás o final.
Tu eras tudo e isso me basta.
Tudo mais é loucura.
Senhor, leve a termo em mim Tua tarefa indizível.
(Abdolah Ansari, 1006-1089)
ORAR
Tanto na encarnação como na
última vinda, o Deus com quem somos chamados a prestar contas é um Deus “surpreendente”.
Para viver o hoje da primeira vinda, o cristão é chamado à acolhida. O Deus que
rasga os céus e desce não é um Deus “ocasional”, furtivo, episódico,
“excepcional”. É o Deus conosco. O Deus que quer estar no meio de nós, no
centro de nossa existência, não em suas margens. Sua presença é constante e não
está ligada a momentos privilegiados e a lugares especiais. Este “rasgão”
permanece. Temos de “suportar” cotidianamente a intromissão do céu nos assuntos
da terra... Por outra parte, a acolhida nos obriga a... receber. O Deus “surpreendente” antes de tudo não vem exigir ou
reivindicar, mas sim dar... Acolhê-lo não significa preparar um espetáculo
colossal, uma recepção grandiosa em sua honra. Mas sim nos apresentar com nossa
pobreza, que é essencialmente a disponibilidade para receber... Jesus não nos
revela a hora. A espera assume uma dimensão particular: a esperança. E esta se
concretiza em uma postura de responsabilidade e de compromisso. Cada um em seu
posto e atento ao próprio trabalho: “a cada um sua tarefa”... Um Deus
“surpreendente”, que chega “ao entardecer ou a meia-noite, ou ao canto do galo,
ou ao amanhecer”, não pode ser anunciado mediante um sinal de alarme. O Deus
“surpreendente” deve ser esperado no estupor, com as portas abertas de par em
par, com mãos trabalhadoras, olhos livres das travas e coração finalmente
curado da dureza (Alessandro Pronzato).
CONTEMPLAR
Uma Ceia de
Páscoa na sala de jantar do Kibbutz Kinneret, 1979, Israel, Micha Bar-Am
(1930-), Magnum Photos, Berlim, Alemanha.
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