A palavra de Deus é viva e eficaz e mais
cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).
II Domingo do Advento 10.12.2017
Is 40, 1-5.9-11 2 Pd 3, 8-14 Mc
1, 1-8
ESCUTAR
“Aplainai na
solidão a estrada de nosso Deus” (Is 40, 3).
O que nós
esperamos, de acordo com sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde
habitará a justiça (2 Pd 3, 13).
“Depois de mim
virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para
desamarrar suas sandálias” (Mc 1, 7).
MEDITAR
Obrigado, irmão,
pelo sol que me deste, na aparência roubando-o.
(Carlos Drummond
de Andrade)
ORAR
A santa Escritura não cessa de falar e gritar, como está escrito sobre
João: “Eu sou a voz que grita no deserto”
(Jo 1, 23). João não apenas gritou no
tempo em que dizia aos fariseus, anunciando o Deus Salvador: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai as
veredas de Nosso Senhor!”. Ele grita ainda para nós e o trovão de sua voz
ruge no deserto de nossos pecados. Mesmo se ele adormeceu pela morte de seu
martírio, sua voz, ela, permanece sempre viva. Ainda hoje, João Batista nos
diz: “Preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas veredas”. A santa Escritura não cessa de falar e gritar.
Devemos então preparar os caminhos do Senhor, não no sentido literal, mas para
a pureza de nossa fé. O Senhor não toma os caminhos terrestres, mas avança pelo
segredo dos espíritos. João nos ordena a preparar o caminho do Senhor, mas
vejam qual o caminho ele preparou para si mesmo. Em tudo, ele ordenou e dirigiu
a trama de sua vida em função da vinda do Cristo. Ele foi, de fato, jejuador,
humilde, pobre e puro, como disse o Evangelista, descrevendo seu tipo de vida:
“João tinha uma manta de pelo de camelo,
cingia os rins com um couro; seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre”.
Penso que todo esse comportamento do profeta era ele mesmo profético. João era,
portanto, grande, e o Senhor mesmo lhe louvou a grandeza: “Entre os nascidos de mulher, não há um maior que João, o Batista”
(Mt 11,11). Ele teve precedência sobre todos os profetas que o precederam; ele
ultrapassou todos os patriarcas... E João Batista, como uma lâmpada frágil que
precede a luz do sol disse dele mesmo: “Depois
de mim vem alguém maior do que eu e não sou digno de desamarrar a corda de suas
sandálias, ele mesmo vos batizará com o Espírito Santo e o fogo”. Ao mesmo
tempo, ele predisse que a clareza de sua lâmpada tornar-se-ia inútil e
desapareceria com a vinda do Sol. O sol torna inútil a luz de uma lâmpada e a
vinda da graça do Cristo torna igualmente caduco o batismo de penitência de
João.
(Máximo de
Turim, 380-465 dC)
CONTEMPLAR
Uma mulher protegendo a si e a seu filho do
sol a bordo de um barco de refugiados no Golfo de Siam, 1977, Cambodja, Eddie
Adams (1933-2004), Associated Press, de seu livro “Barco dos Não Sorrisos”,
Nova Iorque, Estados Unidos.
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