segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Caminho da Beleza 36 - XVII Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XVII Domingo do Tempo Comum              30.07.2017
1 Rs 3, 5.7-12                     Rm 8, 28-30                      Mt 13, 44-52


ESCUTAR

“Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).

Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8, 28).

“Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola” (Mt 13, 46).


MEDITAR

Quando busco o meu coração, encontro-o em Ti.
Quando busco a minha alma, encontro-a entre os Teus cabelos.
Quando, sedento, me aproximo a uma fonte para beber,
mesmo no pequeno espelho d’água vejo o Teu rosto refletido.

Nada me está mais próximo do que o Amado,
mais próximo a mim do que a minha própria alma.
E dele não me recordo jamais,
pois a lembrança existe para quem não está.

(Rûmî, Sufismo).


ORAR

Deus mostra a sua delicadeza ao aparecer a Salomão em sonho. Quando dormimos não temos vergonha de nada e podemos pedir tudo o que queremos e desejamos. Salomão não se apresenta como seguro de si. O Evangelho apresenta as parábolas, mas talvez as nossas vidas não são a ilustração mais pertinente e convincente da mensagem de fundo que elas contêm. Muitos de nós chegam a ser doutores sem se converter em discípulos. Pensamos que tudo sabemos e que podemos dar lições aos outros. O Evangelho revela que o cristão é o homem do descobrimento gozoso e somos chamados a superar as facilidades que enganam e consomem nosso existir. O seguidor de Cristo não é o homem da renúncia, mas da adesão a Alguém. O discípulo não perdeu nada, pois encontrou Alguém e esta vivência é sempre prazerosa e não mortificante. No entanto, as deformações estão sempre à nossa espreita. Podemos acreditar que possuímos o único tesouro e conservamos suas bagatelas e quinquilharias. Podemos querer parecer que deixamos tudo para seguir Jesus e fazemos os outros pagarem o preço do que abandonamos e não encontramos. O mais triste é encontrar cristãos cujas vidas não estão marcadas pela alegria, o assombro e a surpresa de Deus. Vivem encerrados no seu mundinho religioso sem nunca encontrar nenhum tesouro. O tesouro do Evangelho é como um grande amor e uma imensa paixão. E esta paixão é pelo o ideal de transformar a face do mundo e torná-lo mais fraterno. O cristianismo não é uma religião do refúgio, da proteção e da segurança para os nossos bens. O Evangelho nos faz trocar o certo pelo duvidoso e só assim encontraremos o surpreendente tesouro. O amor não conhece limites nem definições restritivas. Ele leva aquele que ama ao ponto de desistir da própria vida pelo bem dos outros. Isto pode parecer extravagante e absurdo, mas o Reino de Deus é para as aventuras da fé e da ternura. Não é uma recompensa para a mediocridade.


CONTEMPLAR

Pegando a chuva, década de 1930, Robert Doisneau (1912-1994), Paris, França.



Nenhum comentário:

Postar um comentário