segunda-feira, 3 de julho de 2017

O Caminho da Beleza 33 - XIV Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XIV Domingo do Tempo Comum                09.07.2017
Zc 9,9-10                 Rm 8, 9.11-13                    Mt 11, 25-30


ESCUTAR

“Eis que vem teu rei ao teu encontro; ele é justo, ele salva; é humilde e vem montado num jumento, um potro, cria de jumenta” (Zc 9, 9).

Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo (Rm 8, 9).

“Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11,30).


MEDITAR

A prática do amor e da compaixão nada tem que ver com implicações religiosas ou com o que quer que seja de sagrado. É uma questão de sobrevivência... A espiritualidade que me interessa diz respeito às qualidades do espírito humano que nos trazem felicidade a nós mesmos e aos outros... Não há razão alguma para que o indivíduo não possa desenvolver essas qualidades, mesmo em níveis elevados, sem ter acesso a qualquer sistema religioso ou metafísico. Eis porque às vezes digo que é possível abrir mão da religião.

(Dalai Lama, Budismo).


ORAR

O profeta apresenta não um rei guerreiro, mas pacífico, manso e humilde. Mas, Jesus, assim que desceu do jumento e colocou os pés no chão, parece esquecer da sua mansidão e se deixou invadir por um furor sagrado: usa uma linguagem dura e suas palavras mais do que carícias parecem pedradas; fala de sua missão como espada, fogo, sal que queima. E culmina no átrio do Templo, expulsando a golpes os mercadores, derrubando suas barracas e atrapalhando os negócios. Mas, este mesmo homem se apresenta como manso e humilde de coração. Jesus nos revela que a ternura não é a característica de pessoas passivas, sem nervos, sem paixões e emoções. O manso não é um resignado, um impotente, mas o que toma posição e confronta a injustiça, a mentira e a hipocrisia. O manso é o que tem a capacidade de se indignar diante de situações intoleráveis. São os débeis que gritam para impressionar e garantir seus argumentos vacilantes. São os que recorrem à violência, à difamação, às insinuações mesquinhas e sórdidas: julgam-se superiores aos outros e sem medir as consequências dos seus atos evitam a verdade dos fatos. Jesus não tortura a consciência de ninguém, mas a liberta e a sua ternura com todos é o símbolo luminoso da ressurreição. Jesus, na sua ternura, promete descanso aos que sofrem o jugo opressor da Lei e o peso da religião. A religião de Jesus é uma religião que chama a todos os que sofrem para aliviá-los. O livro do Eclesiástico proclama: “No fim alcançarás seu descanso e a sabedoria se converterá em teu prazer; seus grilhões se tornarão teu baluarte; suas rédeas, traje de festa; seu jugo, joia de ouro; suas correias, cintos de púrpura” (Eclo 6, 28-30). O papa Francisco nos exorta: “Deus nos surpreende sempre, rompe nossos esquemas, coloca em crise nosso projetos e nos diz: ‘Confia em Mim, não tenhas medo, deixa-te surpreender, sai de ti mesmo e segue-Me’”.


CONTEMPLAR

O Rochedo Mítico, Mahabaliparum, Tamil Nadu, India, Olivier Föllmi (1958-), Saint-Julien-en-Genevois, França.





Um comentário:

  1. Grato por ajudar a erguer uma ponte alicerçada nos pontos em comum das religiões. As diferenças são apenas temperos culturais sem importância. Como disse Padre Pio: Só é preciso amar, amar amar e nada mais. Esse o Caminho, a Verdade e a Vida!

    ResponderExcluir