Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XV Domingo do Tempo Comum 16.07.2017
Is 55, 10-11 Rm 8, 18-23 Mt 13, 1-23
ESCUTAR
“A
palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará
tudo que for de minha vontade” (Is 55, 11).
Toda
a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto (Rm 8,
22).
“Quem
tem ouvidos ouça!” (Mt 13, 9).
MEDITAR
A
Terra, sua Vida eu sou
A
Terra, seus pés são meus pés
A
Terra, suas pernas são minhas pernas
A
Terra, seu corpo é meu corpo
A
Terra, seus pensamentos são meus pensamentos
A
Terra, sua fala é minha fala
...O
Céu, sua vida eu sou,
As
montanhas, sua vida eu sou
...O
Sol, sua vida eu sou
(Canto
sagrado Navajo, América do Norte)
ORAR
Somos terrenos compostos com um pouco de tudo:
caminhos, pedras, espinhos e terras férteis. Nosso interior é um terreno em que
a Palavra de Deus é semeada. A semeadura exige de nós uma resposta que não pode
ser evasiva e nem estar de acordo com nossos gostos pessoais. O efeito da
Palavra não é estabelecido por nós, mas fixado por Aquele que a entrega: “A
palavra que sair da minha boca não voltará para mim vazia; antes realizará tudo
o que for da minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la”.
Ninguém saberá prever até onde chegará a semente e o que está destinada a
produzir. Tantas vezes as igrejas utilizam a Palavra para fazer coisas que
voltam aos céus sem resposta e vazias. Não somente Deus espera, mas a Criação
também “está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de
Deus”. Temos sido filhos descuidados, indiferentes, distraídos e toda a Criação
tem pago tragicamente as consequências. Nossas atitudes desfiguram a obra de
Deus. O papa Francisco é enfático: “A crise ecológica é um apelo a uma profunda
conversão interior” (LS 217). No
seguimento de Jesus, não necessitamos de colhedores, pois não somos chamados a
colher êxitos, conquistar as ruas, dominar a sociedade, encher as igrejas e
templos e impor a nossa fé religiosa. Precisamos de semeadores que por onde
passam semeiem palavras de esperança e gestos de compaixão. Esta é a conversão
que precisamos: romper com a obsessão de colher e assumirmos o trabalho
paciente e imprevisível de semear. Jesus nos deixou de herança a parábola do
semeador e não a do colhedor. Que terreno somos nós? Um coração que compreende
ou um caminho árido e estagnado pela ausência de sensibilidade, de afetividade
e generosidade?
CONTEMPLAR
S. Título, 2005, Onomich, Província de Hiroshima, Japão, Donata Wenders (1965-), Berlim, Alemanha.
S. Título, 2005, Onomich, Província de Hiroshima, Japão, Donata Wenders (1965-), Berlim, Alemanha.
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