Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
Ascensão
do Senhor 28.05.2017
At 1,
1-11 Ef 1, 17-23 Mt 28, 16-20
ESCUTAR
“Homens da Galileia, por que ficai aqui, parados,
olhando para o céu?” (At 1, 11).
Ele manifestou sua força em Cristo, quando o
ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus (Ef 1, 20).
“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o
fim do mundo” (Mt 28, 20).
MEDITAR
Deus meu, a língua é impotente para descrever-te
E pretender descrever a realidade de tua
descoberta é mentir.
Ante o assalto de Teu encontro,
Que podem fazer o coração e os olhos?
Como não pude descobrir antes que a utilidade da
viagem é a amizade do companheiro?
Eu pensava que a recompensa tinha que ser um
grande objeto de honra.
Como não pude saber antes que quem deseja um
paraíso sem fim
é um mercenário e que, pelo contrário, quem
conhece a verdade é aquele que só
espera receber um olhar do Amigo?
(Abdullah
Ansari, 1006-1089, Munayat, Sufismo).
ORAR
O Senhor sempre permanecerá
conosco. É o Emmanuel sempre. A dinâmica do Senhor é a sua presença continuada
ainda que seja sob formas diversas. No relato da Ascensão, o mais importante é
o movimento como sinal decisivo da tarefa específica do discipulado: “IDE e
fazei discípulos meus todos os povos”. Hoje não celebramos a partida de Jesus,
mas o envio dos seus seguidores. O envio é claro: fazer discípulos em todos os
povos e não adestrar todas as nações e submetê-las. É necessário partir porque
a Boa Nova deve começar a sua aventura neste mundo. A Igreja não pode banalizar
esta presença eficaz do Ressuscitado e nem obscurecer a sua ação no mundo. O
povo de Deus se faz no caminho e se inicia com uma partida. Deve ser uma
presença de Deus no mundo e ter a lucidez de que nunca termina o ser discípulo.
A Igreja de Jesus não pode estar presa a uma recordação: “Por que ficais aqui,
parados, olhando o céu?”. Não há maior equívoco do que ficar parado e olhando,
atrasar-se, ficar pasmo quando se faz necessário mergulhar dentro de si e
partir imediatamente. É preciso buscar os outros, encontrá-los e juntos
descobrir, num ponto qualquer do mundo, não o lugar onde Jesus “subiu aos
céus”, mas o lugar, as pessoas e os rostos em que Ele está presente. Viver como
cristão significa viver como amigo e irmão e não como déspota e opressor. O
desafio lançado é o de transformar esta humanidade de lobos numa comunidade de
irmãos. “Nada é grave senão perder o amor. Descobrir uma intimidade com Deus...
Contemplá-lo também no rosto do homem... Devolver fisionomia humana ao homem
desfigurado... Eis uma única e mesma luta: a do amor. Sem o amor, para que a
fé? Para que chegar a queimar nossos corpos nas chamas? Nas nossas lutas...nada
é grave a não ser perder o amor” (Roger Schutz).
CONTEMPLAR
Menino
ajuda amigo amputado ferido na guerra em Nápoles, 1944,
Henri Cartier-Bresson (1908-2004), Magnum Photos, França.
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