segunda-feira, 22 de maio de 2017

O Caminho da Beleza 27 - Ascensão do Senhor

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

Ascensão do Senhor                  28.05.2017
At 1, 1-11                  Ef 1, 17-23               Mt 28, 16-20


ESCUTAR

“Homens da Galileia, por que ficai aqui, parados, olhando para o céu?” (At 1, 11).

Ele manifestou sua força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita nos céus (Ef 1, 20).

“Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20).


MEDITAR

Deus meu, a língua é impotente para descrever-te
E pretender descrever a realidade de tua descoberta é mentir.
Ante o assalto de Teu encontro,
Que podem fazer o coração e os olhos?
Como não pude descobrir antes que a utilidade da viagem é a amizade do companheiro?
Eu pensava que a recompensa tinha que ser um grande objeto de honra.
Como não pude saber antes que quem deseja um paraíso sem fim
é um mercenário e que, pelo contrário, quem conhece a verdade é aquele que só
espera receber um olhar do Amigo?

(Abdullah Ansari, 1006-1089, Munayat, Sufismo).


ORAR

O Senhor sempre permanecerá conosco. É o Emmanuel sempre. A dinâmica do Senhor é a sua presença continuada ainda que seja sob formas diversas. No relato da Ascensão, o mais importante é o movimento como sinal decisivo da tarefa específica do discipulado: “IDE e fazei discípulos meus todos os povos”. Hoje não celebramos a partida de Jesus, mas o envio dos seus seguidores. O envio é claro: fazer discípulos em todos os povos e não adestrar todas as nações e submetê-las. É necessário partir porque a Boa Nova deve começar a sua aventura neste mundo. A Igreja não pode banalizar esta presença eficaz do Ressuscitado e nem obscurecer a sua ação no mundo. O povo de Deus se faz no caminho e se inicia com uma partida. Deve ser uma presença de Deus no mundo e ter a lucidez de que nunca termina o ser discípulo. A Igreja de Jesus não pode estar presa a uma recordação: “Por que ficais aqui, parados, olhando o céu?”. Não há maior equívoco do que ficar parado e olhando, atrasar-se, ficar pasmo quando se faz necessário mergulhar dentro de si e partir imediatamente. É preciso buscar os outros, encontrá-los e juntos descobrir, num ponto qualquer do mundo, não o lugar onde Jesus “subiu aos céus”, mas o lugar, as pessoas e os rostos em que Ele está presente. Viver como cristão significa viver como amigo e irmão e não como déspota e opressor. O desafio lançado é o de transformar esta humanidade de lobos numa comunidade de irmãos. “Nada é grave senão perder o amor. Descobrir uma intimidade com Deus... Contemplá-lo também no rosto do homem... Devolver fisionomia humana ao homem desfigurado... Eis uma única e mesma luta: a do amor. Sem o amor, para que a fé? Para que chegar a queimar nossos corpos nas chamas? Nas nossas lutas...nada é grave a não ser perder o amor” (Roger Schutz).


CONTEMPLAR

Menino ajuda amigo amputado ferido na guerra em Nápoles, 1944, Henri Cartier-Bresson (1908-2004), Magnum Photos, França.





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