segunda-feira, 1 de maio de 2017

O Caminho da Beleza 24 - IV Domingo da Páscoa

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?

(Ml 2, 10)

IV Domingo da Páscoa                        07.05.2017
At 2, 14.36-41                    1 Pd 2, 20-25                     Jo 10, 1-10


ESCUTAR

A promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si (At 2, 39).

Caríssimos, se suportais com paciência aquilo que sofreis por ter feito o bem, isso vos torna agradáveis diante de Deus (1 Pd 2, 20).

“O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).


MEDITAR

De nada serve encher de gente os lugares de culto se nossos corações estão vazios do temor de Deus e de sua presença; de nada serve rezar se nossa oração que se dirige a Deus não se transforma em amor ao irmão; de nada serve tanta religiosidade se não está animada, ao menos, por igual fé e caridade; de nada serve cuidar das aparências porque Deus olha a alma e o coração e detesta a hipocrisia. Para Deus, é melhor não crer do que ser um falso crente, um hipócrita. A verdadeira fé é a que nos faz mais caridosos, mais misericordiosos e mais honestos.

(Papa Francisco, Homilia no Egito, 29.04.2017)


ORAR

O ofício de pastor era o mais desprestigiado em Israel e, geralmente, os pastores eram considerados como embusteiros e ladrões. Era proibido comprar deles leite e cabritos. Jesus denuncia os pastores embusteiros e suas acusações são dirigidas aos fariseus, os mais observantes dos rituais religiosos. Os ritos se tornam um fim em si mesmo e os falsos pastores são exímios e exemplares cumpridores das normas, escamoteando a conduta ética e moral. A preocupação exacerbada da visibilidade ética pode encobrir vida ocultas e sentimentos inconfessáveis que são próprios dos bandidos. O Cristo é a porta do redil. A mesma porta tem um duplo movimento: abre e fecha. É uma porta de acesso para os verdadeiros pastores e uma porta de exclusão para os que buscam a sua própria glória e interesses. A relação do pastor com suas ovelhas é vital e não jurídica e doutrinal. Não basta a investidura legal, pois podemos ser assaltantes e bandidos de uma maneira invisível ainda que nos apresentemos, publicamente, com os títulos de legitimidade jurídica e clerical. As pessoas devem reconhecer na palavra de seus pastores a Palavra de Deus. O pastor apascenta, traz a paz. O pastor que dissemina o medo, a angústia e o terror não é o pastor de Jesus, mas “o ladrão que só vem para roubar, matar e destruir”. São estes que procuram reter as pessoas num sistema rígido de dogmas, ritos e ideologias em nome da proteção do rebanho. E, neste sentido, comprometem a vida por estar aguilhoada aos seus interesses. A vida só está segura quando está em movimento. Hoje é o momento da revisão de vida das igrejas. A diferença ente o mercenário e o pastor é que o mercenário passa algum tempo dedicado às ovelhas, mas terminado os seus deveres não se lembra mais delas. Os bons pastores conhecem-nas uma a uma e lhes dedicam a vida. É o momento de nos questionar se a palavra que escutamos nas nossas igrejas provém mesmo da Galileia e nascem do Espírito do Ressuscitado.


CONTEMPLAR

Refugiado Sírio segura seus filhos enquanto luta para sair de um bote na ilha grega de Lesbos, depois de cruzar parte do Mar Egeu da Turquia a Lesbos, 24 de setembro de 2015, Yannis Behrakis (1960-), Atenas, Grécia, Prêmio Pulitzer 2016, Agência Thomson Reuters.




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