terça-feira, 9 de maio de 2017

O Caminho da Beleza 25 - V Domingo da Páscoa

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

V Domingo da Páscoa               14.05.2017
At 6, 1-7                   1 Pd 2, 4-9               Jo 14, 1-2


ESCUTAR

A palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém (At 6, 7).

“A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, pedra de tropeço e rocha que faz cair” (1 Pd 2, 7).

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6).


MEDITAR

Eu me prosterno, meu Deus, diante de vossa Presença no Universo agora ardente e, sob as aparências de tudo o que eu encontrar, e de tudo o que me acontecer, e de tudo o que eu realizar neste dia, eu vos desejo e vos espero...Sem hesitar, desde logo, estenderei a mão para o pão que vós me apresentais... Senhor Jesus, eu aceito ser possuído por Vós e levado pela inexprimível potência de Vosso Corpo, ao qual estarei ligado, para as solidões aonde, sozinho, eu jamais teria ousado subir... Que esta Comunhão do pão com o Cristo revestido das potências que dilatam o Mundo me liberte da minha timidez e da minha indolência. Aquele que amar apaixonadamente a Jesus escondido nas forças que fazem crescer a Terra, a Terra naturalmente, o erguerá em seus braços gigantes e o fará contemplar o rosto de Deus.

(Teilhard de Chardin, séc XX, Cristianismo)


ORAR

O Cristo se apresenta como um Caminho que nos conduz à Vida. Este caminho é mediado pela Verdade como condição primeira desta travessia. Sem verdade não há caminho a ser construído e muito menos vida. Tomé, precisa, como nós, de indicações geográficas precisas: “Como podemos conhecer o caminho?”. Felipe deseja uma visão luminosa e definitiva para resolver os problemas: “Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta”. Falta a eles, como a nós, um olhar iluminado pela fé que nos permita perceber o caminho. Não necessitamos de visões, mas uma fé capaz de revelar a todos coisas maravilhosas: “Quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que essas”. O pedido de Felipe é o mesmo pedido que levamos dentro de nós e que tem o peso das perguntas brotam da experiência dos limites próprios da vida. Convivemos com o peso das perguntas sobre Deus. O cristianismo nos revela que encontramos Deus sempre que nos relacionamos com a bondade humana levada ao extremo. Sem uma motivação última, que transcende o humano, jamais tocaremos os horizontes últimos do Ser que nos remetem para um além de nós mesmos. A comunidade cristã é gerada da Palavra de Deus, alimentada pelo amor operoso aos irmãos, notadamente, os mais frágeis. Para os primeiros cristãos, o cristianismo não era uma religião, mas uma forma de viver. O seu desafio não era viver dentro de uma instituição religiosa, mas aprender juntos a viver como Jesus. Jesus não nos mostrou uma estrada a ser percorrida com todos os sinais a serem respeitados e nem nos entregou um tratado das verdades que devemos crer. Ao se apresentar como Caminho, Verdade e Vida nos faz saber da exigência de uma adesão pessoal. A verdade se encarna numa decisão real que nos torna sempre mais unidos a Deus e entre nós. Seremos caminho para os outros ao abrirmos novos horizontes. É o caminho que conduz e a verdade é quem confirma a vida que se entrega.  O caminho não é sozinho, a verdade a ser construída está sempre a caminho e a vida não vale a pena ser vivida se não for uma ponte que nos leva aos outros.


CONTEMPLAR

Ovelhas numa plantação de melão, 1995, Firebaugh, Califórnia, Matt Black (1970-), Magnum Photos, Santa Maria, Califórnia, Estados Unidos.




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