segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O Caminho da Beleza 14 - VIII Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

VIII Domingo do Tempo Comum                26.02.2017
Is 49, 14-15             1 Cor 4, 1-5             Mt 6, 24-34


ESCUTAR

Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti (Is 49, 15).

Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações (1 Cor 4, 5).

“Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus problemas” (Mt 6, 34).


MEDITAR

O homem jovem come a carne, o homem maduro come o coração (Provérbio Massango, Gabão, África).


ORAR

Na liturgia deste domingo são oferecidas três imagens de Deus (mãe, pai e juiz) e uma grande dúvida: “O Senhor abandonou-me, o Senhor se esqueceu de mim”. A resposta é imediata: uma mãe não esquece jamais do seu filho, pois a memória materna é expressa pela comoção, no sobressalto das entranhas, e sempre leva, ainda que adulto e distante, o seu filho no seio e no coração. O Senhor empenha a sua palavra: “Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti”. Somos nós que nos separamos de Deus, pois estamos tão preocupados com nossa estabilidade material que temos dificuldade em nos abandonar à Providência Divina. Servimos mais ao dinheiro do que a Deus e Mamon tem vencido no mundo por meio da nossa idolatria e falsa segurança. Os filhos de Mamon se contentam com os pingos de água benta que são jogados em seus estabelecimentos, criados para a acumulação, e apaziguam as consciências com um cheque oferecido aos que pensam abençoá-los em nome de Deus. O dinheiro se torna um ídolo quando se aninha no coração dos homens e a nossa falta de fé dificulta, arduamente, compreender a Providência de Deus. Jesus nos convida a ter a coragem de arriscar, experimentar, confiar, em suma, crer. Jesus utiliza o verbo douleyein que significa, literalmente, servir como escravo. Somos desafiados a decidir a quem serviremos: à gratuidade de Deus ou à ganância do dinheiro. A primeira, leva-nos ao encontro e ao coração dos outros; a segunda nos conduz à decomposição e à insensibilidade diante da dor das vítimas de Mamon. O papa Francisco escreveu: “Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro encontrou uma nova e impiedosa versão no fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem uma meta verdadeiramente humana”. O dinheiro, com sua ambição desenfreada que nos domina, “é o esterco do diabo”, como dizia Basílio de Cesareia. Ele divide e coloca irmão contra irmão, mãe contra filho, filha contra pai e destrói a cada um, sem exceção. O Senhor nos livre desta maldição!


CONTEMPLAR


S. Título, anônimo, Indonésia, acessado em Pinterest, 04.01.2017.



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