segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O Caminho da Beleza 13 - VII Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

VII Domingo do Tempo Comum                  19.02.2017
Lv 19, 1-2.17-18                 1 Cor 3, 16-23                    Mt 5, 38-48


ESCUTAR

“Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele” (Lv 19, 17).

Irmãos, acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? (1 Cor 3, 16).

“Eu, porém, vos digo, amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!” (Mt 5, 44).


MEDITAR

Eu vi meu Senhor com o olho do coração. E perguntei: Quem és Tu? Ele respondeu: Tu.

(Al-Hallaj, 888-922, Islamismo)


ORAR

Somos igrejas vivas e por esta razão todo gesto é sagrado; cada passo é o de um templo que se move e somos santuários itinerantes e romeiros. A sabedoria mundana jamais chegará a roçar a sabedoria de Deus e só conseguirá alcançá-la pela loucura, que é a vocação específica do cristão. São Francisco de Assis pregava: “Cristo me chamou idiota e simplório e me disse: Quero que sejas um novo louco no mundo para que, com obras e palavras, pregues a loucura da Cruz”. Não podemos continuar a viver a mesmice de sempre quando somos chamados Templo de Deus e convocados a ser santos como Deus. O alimento que nos é oferecido pode ser tornar indigesto: “Estas palavras são duras, quem poderá escutá-las” (Jo 6, 60). A vocação do cristão é para o extraordinário, para o que vai mais além do possível. Bonhoeffer escreveu: “Onde não existe o extraordinário não há nada de cristão”. O cristão se faz visível na sua liberdade de trocar o certo pelo duvidoso. O melhor critério para verificar o amor cristão não são as manifestações sensíveis dos sentimentos, mas a solicitude para com o bem do outro. Um serviço humilde ao necessitado encerra, quase sempre, mais amor que muitas palavras efusivas. Temos sido forçados a alimentar o consumismo, espiritual e material, como filosofia de vida e provocado em nós uma espiral insaciável de necessidades artificiais que esvaziam o espírito da sensibilidade comunitária. Estimulamos o culto ao dinheiro como o único deus que nos oferece segurança, poder e felicidade. O cristianismo não é uma forma de auto realização. Jesus não era Narciso. Acolher o Evangelho pressupõe que renunciemos a nós mesmos e que nossos corações não se curvem sobre si mesmos. O Evangelho de Jesus Cristo não é concêntrico, mas excêntrico. O Papa Francisco exorta: “A Igreja ‘em saída’ é uma Igreja com as portas abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes, é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho” (EG 46).


CONTEMPLAR


Menina lendo a Ebony Magazine, 1947, Wayne Miller (1918-2013), Magnum Photos, Chicago, Illinois, Estados Unidos.



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